quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A PARTIDA

A PARTIDA

Um dia e não sem aviso prévio, ela partiu. Ela alertou, insistiu, e ele ignorou.
Ela cansada, e com o coração partido, já que ainda o amava, resolveu: Chega!
Ele fez chantagem, fez pressão, e muitas promessas, mas não resolveu.Era tarde. É sempre tarde quando um coração se parte, não há cola que cole as mágoas acumuladas e as conversas que não aconteceram no tempo em que tinham que acontecer. Sim, era tarde, ela triste disse para si mesma. E assim triste, se foi.
Apesar de ainda amá-lo, ela resolveu deixá-lo, não por manipulação, como fazem muitas mulheres, mas porque percebeu a diferença entre: amar e viver um relacionamento. Ela conclui que podemos amar alguém, mas muitas vezes é impossível relacionar-se no dia a dia com este mesmo alguém. Podemos amar sozinhos, pensou ela. O dia a dia, porém é mais exigente, requer atenção. E assim ela se foi. Num primeiro momento ele não acreditou nela, e a agrediu com palavras. Mas não adiantou. Depois ele tentou convencê-la de quanto esta decisão era errônea, e quanto mais tentava da maneira errada e ferina, mais ela tinha certeza da decisão que tomava. Ela havia ficado por anos muito sozinha, embora casada com ele. Resolvia a vida prática também sozinha, apesar do dinheiro que ele lhe dava. Ele só sabia lhe dar dinheiro, parecia querer comprar-lhe o incomprável: o amor.
Apesar das ameaças calcadas no medo, já que ele dizia que ela não sobreviveria sem ele, que não tinha capacidade e que não era inteligente o bastante... Ela se foi, e deixou-o a falar sozinho, pela primeira vez fez aquilo que ele sempre fez com ela: Deixou-o sozinho falando. Quantas vezes, ela lembrou, ele não foi capaz de ouvi-la. Ele não prestava atenção, dizia estar cansado ou ocupado. No tempo que estava com ela restava o pior lado dele: o mau humor, o sono, o cansaço o desmazelo. Em casa ele mal se cuidava. Falava com ânimo do trabalho, e das pessoas, e com ela ficavam as responsabilidades: filhos, casa, compras. Ele nada compartilhava no âmbito da família. Apenas esquecia-se. O sob o pretexto do esquecimento tudo “sobrava” para ela. Corria de lá para cá, dando conta daquilo que com o passar dos anos acabou se tornando “a sua obrigação”.
Ele dizia sempre que a amava. Só que o amor que ele lhe dava não correspondia ao que ele falava. Não há amor que sobreviva somente das palavras... E assim, ela partiu!

“O Amor jamais morre de morte natural. Geralmente morre de sede porque nos esquecemos da fonte" - Paulo Coelho





sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sábios conselhos do Evandro


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Sábios conselhos do Evandro (Christian Pior) via twitter: http://twitter.com/santoEvandro

1)Faz sexo sem bjs, sem oral em vc e sem preliminares? Mostre pra ele,um novo sexo oral, completo , com muitos dentes...
2)Atrasou a pensão do filho? Ligue na empresa d hora em hora e em vários departamentos,mande amigas desocupadas ligarem tbm, faça o inferno!
3)T trocou por uma + nova? Suma com os documentos do carro, quebre os cartões d banco na véspera do fimd semana,coloque pó d mico na scuecas
4)Se ele não t procura sexualmente é hora d começar a frequentar a academia, á noite e fazer amizade com todos os bonitões...dê mole!
5)Se ele anda chegando a tarde, comece a dormir fora d casa e na cara mais lambida, diga q tava na casa d 1 amiga...a pior d todas
6)Se ele t disser, q não te ama mais, tente sorrir e diga: Ufa, ainda bem, porque pra mim era só sexo e mesmo assim,tava fraco..
7)Não perca tempo colocando silicone para agradar á um homem, se ele nem ao menos sabe a função do clitóris".

terça-feira, 24 de novembro de 2009

VIVER
DESPENTEADA

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade...
O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia...
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível...

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos
eu vou estar com o cabelo bagunçado...
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.
É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,
toda arrumada por dentro e por fora.
O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça,
coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria...
e talvez deveria seguir as instruções, mas
quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita
eu tenha que me sentir bonita...
A pessoa mais bonita que posso ser!

O único, o que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:

Entregue-se, coma coisas gostosas, beije, abrace,
dance, apaixone-se, relaxe, viaje, pule, durma tarde, acorde cedo, corra, voe, cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável!
Admire a paisagem, aproveite,
e acima de tudo, deixa a vida te despentear!

O pior que pode acontecer é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009


A INVASÃO DOS VAMPIROS

Suely Pavan(*)
Ela, uma mocinha insossa e com cara de “deprê”, sai da cidade ensolarada na qual mora com a recém-casada e alegre mãe. Por sua própria escolha, já que imaginava que iria atrapalhar a nova vida da mãe e do padrasto, a mocinha vai morar com o pai. Ele, o pai, é depressivo, um ex-policial que sente-se culpado pela morte do parceiro. A chuva se faz presente nesta cidade. Lá, a mocinha interessa-se de cara por um “cara” que, apesar de lindo, é magricelo e tem uma cor estranha. O rapaz vive com uma turma tão estranha quanto ele. Todos são brancos como cera e parecem ter sido tirados de uma foto antiga de dândis. Com o tempo ela descobre que ele e a turma, que na realidade são sua família, são vampiros. Mas vampiros diferentes, politicamente corretos. Adotaram uma espécie de regime natureba, eles não bebem sangue humano. Crucifixos, alho e a luz do Sol não incomodam esta aristocrática família. Além de tudo, são dotados de poderes especiais (ou serão efeitos especiais?); eles voam. O mocinho, para defender a mocinha, vai contra os vampiros “do mal” (será que existem bons vampiros?).  E ela definitivamente se apaixona por ele.    
Filmes e livros sobre vampiros existem há muito tempo. E sempre mexeram com o imaginário popular. Em todos eles (principalmente nos filmes) o vampiro sempre aparece como um ser sedutor, bonito e manipulador. Inexoravelmente o vampiro do cinema está interessado em apenas uma coisa: chupar o teu sangue, a tua vida. É assim que ele se alimenta, e desta forma também te transforma num vampiro. O que é um vampiro? É alguém que terá como castigo a eternidade!
Claro que existem as vampiras, e pela pesquisa que fiz elas surgiram antes do que eles, o que já era esperado. Mulheres vampiras são as vamps. Elas são bonitas, sexies, mas só querem o teu sangue!
O vampiro pressupõe manipulação, sempre.
As histórias de vampiros sempre existiram e em diferentes civilizações, mas só se tornaram públicas e famosas depois que Abraham "Bram" Stoke escreveu "Drácula" em 1897. De certa forma foi ele quem popularizou os vampiros.
Há vampiros e vampiras famosas no cinema e televisão, e cada um de nós parece ter os seus vampiros preferidos. O meu apareceu no filme “A Hora do Espanto”. O vampiro maravilhoso era o Chris Sarandon, e a cena inebriante era dele quase que hipnotizando a mocinha numa danceteria e dançando com ela de forma pra lá de sensual. Confesso que ele me tirou o sono. E é assim que os vampiros nos pegam: quando achamos que nossa vida poderia ser mais emocionante, menos maçante, e aparece um cara ou uma mulher muito sedutora. O vampiro nos tira da rotina, e nos mostra um mundo de pura emoção e paixão. Só que tudo não passa de um engano, pois o preço que ele nos cobra é a nossa própria vida.
Lembre-se que os vampiros só entram em nossa casa quando lhes abrimos as portas, ou seja, quando nós mesmos lhes damos brechas!
Coitados daqueles que se deixam levar por eles e por seus manipuladores elogios. Sim, os vampiros são espertos; eles nos pegam em nossos piores momentos e nos colocam “pra cima” com suas doces palavras.
Talvez, na história dos filmes de vampiro, a que melhor represente este lado sombrio e sempre perigoso do vampiro seja a do filme "Drácula de Bram Stoker", dirigido pelo Coppola. O filme mostra claramente o que acontece quando nos deixamos levar pelo lado negro da Força, ou pelo lado sombrio de nossa personalidade. E a guerra que é travada internamente para encontrar a luz, ou o amor.
O vampiro no sentido psicológico representa o pior de nós mesmos, o nosso lado manipulativo, invejoso e até assassino. E, óbvio, o pior no outro também. Porém, só se deixa cair nas garras de um vampiro quem abre as portas para ele. A inveja é um sentimento, como outro qualquer. Porém, o ser invejoso sempre quer a destruição do outro. Por não poder obter o que o outro tem, ele tenta diversas formas de destruí-lo, seja com comentários maldosos, ou com falsos elogios, e minando casamentos e amizades. Hoje, infelizmente, muitos pseudoteóricos dão um sentido positivo para a inveja, como se fosse possível polarizá-la, usando expressões como inveja positiva ou inveja branca. Isto não passa de uma grande bobagem, e uma confusão conceitual com a palavra admiração. Quando admiramos alguém queremos confessadamente ser como aquela pessoa, mas nunca buscamos destruí-la. Salieri, no filme "Amadeus", confessa que a inveja que sentia do talento de Mozart foi a responsável por sua morte.
No sentido popular e figurado, o vampiro é aquele que nos rouba a energia. São os ladrões emocionais que nos rondam, mas novamente só fazem estragos em duas condições: se somos distraídos e nos deixamos levar por seus encantos, elogios, e fascínio aparente; ou se acreditamos ingenuamente que todas as pessoas são boas.
O mal existe, e talvez esta seja a pior face do livro e filme "Crepúsculo", cujo resumo feito sob a minha ótica você leu bem no começo deste texto. O filme mostra a fraqueza da mocinha; ela está louca para ser vampirizada. Se assumisse, por exemplo, a inveja que tem da felicidade da mãe, provavelmente não iria atrás do pai, e não conheceria o vampiro. O perigo do livro/filme se concentra em banalizar a idéia do vampiro. Não existem bons vampiros. Mesmo que eles sejam politicamente corretos, continuarão a ser vampiros. Diferentemente de todas as histórias de vampiro que hoje invadem a TV, "Crepúsculo" traz um novo ingrediente: a mocinha parece ser mais vampira do que o próprio vampiro. Ela é que precisa do brilho dele. Ela é que se deixa enganar por ele, e o pior, parece não haver ninguém que a defenda, como nas demais histórias que todos já vimos de vampiros. Ela acredita piamente no vampiro e nega totalmente a sua essência. Ele é um vampiro travestido de bom moço. Igualzinho àqueles que estamos cansados de ver todos os dias. Não parecem ser maus, mas são. O filme em si traz um desserviço: ele banaliza o mal.
Numa geração de crianças e adolescentes superprotegidos e indefesos, e com medo de tudo e de todos, banalizar o mal pode ser uma atitude arriscada, pois não ensina o sentido da defesa e autoproteção (como fizeram, aliás, a maioria dos filmes sobre o tema). "Crepúsculo" deixa a mocinha entregue à sua própria sorte. Nem a mãe alegre é capaz de dizer à ela: "Filha, vamos embora este cara é um vampiro, e ele me dá arrepios!"
No filme, tal como o significado da palavra crepúsculo, a luz e a sombra se misturam.

(*) Este texto poderá ser utilizado em outros veículos desde que se mantenha a autoria, a integralidade do mesmo e a forma de contato: www.pavandesenvolvimento.com.br



quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O preconceito está nas ruas, nos jovens e nas faculdades, leia matéria da Folha!
1/11/2009 - 10h08
Após tumulto na Uniban, atriz vai a faculdades com microvestido e irrita garotas
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da Folha de S.Paulo

No cara a cara, a resposta para "onde é o banheiro?" é bastante cordial. "Vire à esquerda, depois daquela coluna", explica um estudante de direito da USP (Universidade de São Paulo), no largo São Francisco (na região central de SP).

Veja galeria de fotos da visita a faculdades
Uniban transfere turma de aluna e diz que ela terá seguranças
Repercussão contribuiu para que Uniban readmitisse aluna

Mas é só a moça de vestido curto virar as costas para o jovem sussurrar entre os amigos: "Puta! Puta! Puta!".
Rafael Hupsel/Folha Imagem
Atriz vai a faculdades com microvestido e irrita garotas e intimida garotos
Atriz vai a faculdades com microvestido e irrita garotas e intimida garotos

A cena aconteceu na manhã de terça-feira, quando a atriz Fábia Gouvêa, 35, visitou quatro faculdades a convite da Folha, trajando um vestido provocante --curto nas pernas e com tecido fino, que evidenciava a ausência de sutiã.

Em todas elas (FMU, Universidade Ibirapuera, Pontifícia Universidade Católica e Universidade de São Paulo), pipocaram piadinhas (discretas e à distância) em referência ao já manjado caso de Geisy Arruda, 20, aluna de turismo hostilizada na Uniban quando foi à aula em microvestido, no fim de outubro.

"Xiii, só pode ser aluna da Uniban", ironizou uma garota na PUC, referindo-se ao caso da garota Geisy Arruda.

Na FMU, Fábia pergunta sobre a qualidade dos cursos a uma turma na cantina. "Eles foram atenciosos, falaram bem da faculdade", relata. Mas foi só ela sair dali para uma das alunas fulminar... "Gente, ela deve ter vindo prospectar freguesia", diz uma aluna. Todos riem.

Não que os olhares tortos só tenham vindo pelas costas. "Os caras ficaram mais intimidados, olham discretamente. Mas muitas meninas me encararam feio, me mediram", relata.

Um pouco mais à frente, mais tensão --três garotas olham a atriz, que responde com o olhar. De novo, é só virar as costas para começarem os comentários. "Isso é roupa de vir à faculdade?"

No largo São Francisco, um cartaz com referência ao caso Uniban é assinado pelo "P.U.T.A. - Partido Ultra Tradicionalista das Arcadas". Ele convoca "todas as franciscanas a virem de minivestido" e diz lutar pelo "direito feminino de frequentar a faculdade (...) até mesmo sem roupa".

Um segurança, ao perceber a presença do fotógrafo em direção à moça, a aborda e a orienta: "Você não pode fotografar aqui, mas pode vir com a roupa que quiser. Tem meninas com vestidos muito piores que o seu".

Uniban

No último dia 22, a estudante Geisy Arruda, 20, da Uniban foi hostlizada por usar um microvestido rosa. O tumulto foi filmado e os vídeos acabaram na internet. Ontem, os advogados da aluna procuraram a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) para pedir a abertura de um inquérito policial sobre o caso.

O vice-reitor da Uniban, Ellis Brown, garantiu na tarde de ontem que a estudante terá seguranças caso seja apresentado algum risco quando ela voltar a estudar no campus da universidade em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Inicialmente, a universidade decidiu expulsar a aluna, mas revogou a decisão.

Um inquérito foi instaurado e, ainda segundo os advogados, há indícios de que tenha havido sete crimes: difamação, injúria, ameaça, constrangimento ilegal, cárcere privado, ato obsceno e incitação ao crime.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

ENTRE O SEXY E O VULGAR

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ENTRE O SEXY E O VULGAR


Winslet, 33, foi considerada a mulher mais bem vestid(*)a no tapete vermelho.
Bom... Sem comentários


Barriga de fora, minissaia, decotão, transparências... Qual é o limite entre o sexy e o vulgar?
Vejo mulheres bonitas nas ruas quase que inteiramente cobertas, mas que inspiram sensualidade. O que é isto? Um jeito indescritível que denota autoconfiança e auto-estima elevadas.  
Quando as meninas são muito novas é natural que queiram se mostrar mulheres. E se mostram mesmo. São comuns roupas grudadas ao corpo, decotes, e sempre uma parte do corpo propositalmente à mostra.
O tempo passa e a maioria vai criando auto-estima como mulher e fica sabendo que para conquistar os homens não precisa andar quase nua pelas  ruas. Aliás, descobre mais: fica ciente que quando conquistar homens apenas por mostrar partes generosas do corpo estará atraindo apenas aqueles que a vem como um pedaço de carne, e cujos elogios se referem tão somente à sua beleza. Triste, muito triste. Se uma mulher apenas se valoriza por seu corpo e beleza terá grandes dificuldades quando atingir a maturidade. Será daquele tipo que morre de medo que o “seu homem” a troque por alguém mais jovem e/ou bonita. Namorar um homem mais jovem então nem pensar. Aliás, para se relacionar com um homem mais jovem é necessária uma dose extra de auto-estima.
O sexy appel tem apenas um único segredo: auto-estima elevada. A auto-estima se dá através da junção e equilíbrio de dois componentes: auto-apreciação ou gostar de si mesmo tal como se é, e capacidade de fazer um julgamento justo à respeito de si mesmo.
A maioria das mulheres que extrapola no tamanho das roupas chama muita atenção, mas o faz porque é vulgar, e não sexy. Excessão feita àquelas que são celebridades e necessitem andar com pouca roupa  para manter uma marca ou imagem na mídia. A maioria das mulheres bonitas e “sexies”, pelo que pude observar, não exageram nos detalhes chamativos, e apostam na postura, detalhes, e desejo de desnudamento ( Se andas quase pelada, que graça tem? Dizem os homens inteligentes) . Os homens preferem desnudar. As feias ao contrário, apostam nos modelitos pra lá de exagerados, e tornam-se vulgares.
Seios de fora, barriga aparecendo, roupa justa ou marcada...Deixe estes horríveis detalhes para as mulheres que precisam aparecer de qualquer jeito, ou por serem feias, ou por terem uma auto-estima feminina lá no dedão do pé!  
 Bom, não é à toa que o termo “bem vestida” (*) tem a ver com as mulheres elegantes.
Por Suely Pavan


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PRA LEVANTAR A AUTO-ESTIMA(*)

(*) A aceitação que o indivíduo tem de si mesmo. (Dicionário Michaelis)
Conto de fadas para mulheres do séc. 21

Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu:
- NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.
FIM!!


2. Conto de fadas para mulheres do séc. 21

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
-Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:
-Nem fo...den...do!


OUTRA BELA E REAL HISTÓRIA!
"Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?

Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: mas agora eu to comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?

Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.

Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito!

Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas,quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em Áries, lua em gêmeos, filha única! Eu
não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.

Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as
roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio
absoluto.

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.

Até que algo sensacional aconteceu...

Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo???"

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CRIANÇAS

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CRIANÇAS
(*) Suely Pavan
Até os oito, nove anos elas são puras e espontâneas. Carregam os olhos brilhantes em qualquer caminho. Eles refletem esperança, e curiosidade. Se encantam com qualquer coisa: luzes, cores, e tudo aquilo que não conhecem. Aliás, parece que nada conhecem mesmo, e é uma delícia vê-las desvendando e desbravando o mundo. Olham muito bem os adultos antes de neles confiarem. Gostam de brincar, e alguma querem literalmente tudo o que vêem à sua frente. São capazes de tirar adultos muito “certinhos” da linha: correm pelos restaurantes; falam gritando em qualquer lugar; são exímias em fazer estripulias. E acreditam em coisas que não são capazes de ver: Papai Noel, fadas, e monstros.
Ficam ansiosas, algumas nem sequer dormem, antes de alguma data importante: Natal, o primeiro dia de aula e o dia delas, o dia da Criança.
Como qualquer criança esperam neste dia ganhar coisas, mas preferem os brinquedos. Amarram a cara quando ganham roupas ou qualquer outra coisa que não seja o objeto de seu sonho: o brinquedo.
Criança adora brincar. Aprendem com nós adultos, o que devem consumir. Mas crianças de um modo geral brincam mesmo com qualquer coisa. Elas sabem fazer de conta. Aprendem no mundo do imaginário que nem tudo precisa ser real. Mesmo assim são concretas: quando gostam, elas gostam, quando não gostam, nem precisa dizer. Basta olha no rostinho a carinha estampada de decepção.  E com os “nãos” necessários que nós os adultos dizemos para elas, vão aprendendo pouco a pouco a adequação. E lá pelos nove anos, elas se frustram com o presente que não gostam, mas já sabem disfarçar. Claro, que só enganam adultos bobos, que não sabem mais ler a cara da criança!
Elas começam a aprender a diferença entre dizer com a boca o sim, e lá no fundo delas sentirem-se decepcionadas. Há crianças que para serem sempre boazinhas vivem magoadas. Lá dentro delas há um choro, uma vontade grande de dizer “estou triste”, mas elas ainda não sabem direito elaborar o que sentem. Há algumas até que passam a vida toda com esta criança triste dentro delas. São aqueles adultos, que mataram a sua criança interna e volta e meia, sem motivo, se entristecem. Ou então são durões ao extremo. Tão durões que até parece que naquele corpão de gente grande não há um coração de criança a pulsar.
Há, porém, adultos diferentes e que cultuam esta criança que mesmo nos velhos, muito velhos nunca morre. São aqueles homens e mulheres que ainda são capazes de brincar, de sonhar e imaginar. Lá dentro deles mora uma criança viva. E eles ainda se encantam com um monte de coisas, que os adultos chatos e tristes, dizem ser “coisas de criança”.   São capazes de dançar, de rir sem parar, e de amar. E ainda se encantam com uma flor colorida que acaba de nascer. Os olhos ainda conservam um percentual de brilho, de esperança. Não se apagaram totalmente como é comum aos adultos. São olhinhos que olham tudo ao seu redor, e às vezes vêem coisas que outros adultos nem sequer são capazes de enxergar. São aqueles adultos que sempre acham que podem aprender coisas novas, e deixam a idade para lá. São capazes de inovar e fazer travessuras de vez em quando.
Não sei por qual razão existe um dia dedicado às crianças e não estou interessada em saber. A única coisa que sei é que crianças, todas elas, as de 5 ou de 85, sempre serão o símbolo da sagrada esperança. Aquela que nos diz que à vezes na vida é preciso acreditar, ter esperança, fazer diferente e fazer diferença. E desta forma não se tornar o adulto típico, aquele que de tão realista acaba mergulhado no próprio amargor.
Um Feliz Dia das Crianças para você, querido leitor, que leu este texto com olhar de criança!
(*) Este texto poderá ser usado em outros veículos, desde que se mantenha a integralidade do mesmo, sua autoria e forma de contato:www.pavandesenvolvimento.com.br

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ENTRE A LOUCA E A NORMAL

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ENTRE A LOUCA E A NORMAL

Existem momentos na vida de uma mulher em que ela precisa tomar uma única decisão: ser louca ou ser normal.
Quer ver um exemplo? A mulher não agüenta mais aquele casamento entediante, e quer se separar. Se ouvir a sua voz interna louca, ela dirá: Garota vá em frente, você merece ser feliz!
Agora se ouvir a normal ou politicamente correta, ouvirá coisas do tipo: Imagine, ele é um homem tão bom; ou ele dá tudo que você quer; se tomar esta decisão irá comer o pão que o diabo amassou...
E um monte de mensagens bruxas, aquelas que colocam uma mulher lá pra baixo, justamente no momento no qual o que ela precisa mesmo é de um sacolejo ou de um incentivo para seguir em frente.
A voz louca, nem sempre é interna, às vezes vem de uma boa amiga e mãe bem resolvidas. E claro, que a voz “normal”, aquela que preza os costumes triviais em troca da infelicidade, poderá vir de pseudo amigas e mães que não tiveram coragem de dar na vida os mesmos passos libertadores.
Ouvir o que a louca – que é a parte criativa da personalidade – tem a dizer sempre é benéfico. É ela que nos incentiva a seguir em frente, a sair da mesmice, a embarcar num novo projeto aparentemente louco, a mudar daquele emprego que não agüentamos mais, a fazer uma viagem a um lugar desconhecido, a conhecer gente nova e até novos amores. É ela que dá aquele empurrão, na hora em que é preciso dar uma guinada na própria vida, e seguir um novo rumo, um rumo diferente: adotar um filho; engravidar de mais um ou resolver não ter filhos.
Diria, como psicóloga, que a louca é a parte saudável de nossa personalidade. Aquela que nos faz ousar, usando uma cor que jamais imaginaríamos usar, por exemplo.
No livro “E a louca tinha razão” de Linda Schierse Leonard, no qual me inspiro para escrever este texto, há vários exemplos no cinema, nas artes e na vida real, de mulheres que se deixaram encantar com o seu lado louco, e foram almoçar com a louca vez por outra. Há também outro lado, que é muito triste, o das mulheres que tentaram controlar este lado e um dia viram a fúria da louca as assombrar, através da infelicidade, da depressão e da irritabilidade.   
As mulheres de hoje precisam, e isto é urgente, entrar em contanto com este lado louco, é este lado, e não o apenas racional que garantirá o seu diferencial neste mundo, que por sinal carece de uma enorme dose de ousadia e espontaneidade. Sim, a louca sempre tem razão!




segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Fiocruz: 87% das garotas vivenciam agressão no namoro

 

21/09/2009 - 07h30

Fiocruz: 87% das garotas vivenciam agressão no namoro

São Paulo - Antes de virar mulheres, elas já viveram a experiência da agressão do parceiro, que pode ser um garoto conhecido na festa do último fim de semana. No entanto, entre os casais jovens, as meninas não ocupam só papel de vítimas, mas também de autoras dos maus-tratos . Pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), feita com pessoas entre 15 e 19 anos de todo o País, identificou que 87% das adolescentes já vivenciaram formas de violência no namoro ou no "ficar". "Atestamos, porém, que as garotas estão agredindo quase que na mesma proporção do que os meninos", afirma a autora do estudo, Kathie Njaine, que tabulou os 3.205 questionários, recolhidos nas cinco regiões do País.Na pesquisa, relacionamentos efêmeros foram suficientes para reunir episódios agressivos. "Beliscões, empurrões, tapas, xingamentos, ofensas, humilhação pela internet foram formas de agressão citadas pelos entrevistados", diz ela, que afirma não ter atestado diferenças regionais nos números. "No geral, a prevalência de agressão é alta e surpreendente." Os dados estão sendo interpretados e devem virar um livro.
Os índices de agressão equiparados entre garotas e garotos podem ser explicados por outros estudos que já identificaram aumento no comportamento destrutivo por parte das garotas. As menores de 15 anos, segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), representam o único grupo etário que usa tantos entorpecentes quanto meninos de mesma idade (5% em média). Nas outras faixas, há diferença significativa entre os gêneros.
O Inquérito sobre Saúde do Paulistano - recém-divulgado pela Prefeitura - mostra que o número de mulheres que dizem beber de uma a três vezes por semana passou de 12,4% em 2003 para 19,8% em 2008, crescimento não atestado entre homens. Drogas e álcool - que há mais tempo frequentam a vida deles - são combustíveis de agressividade, afirmam os especialistas. "A igualdade delas no consumo de substâncias psicoativas aumentou o envolvimento em atos mais violentos", afirma a médica Vilma Pinheiro Gawryszewski, que coordenou o Núcleo de Combate à Violência de São Paulo. "A droga atrapalha o autocontrole, tudo é exacerbado, incita a violência.Isso é mundial."
Ainda que o uso de entorpecentes esteja por trás das agressões praticadas pelas garotas, isso não anula, na visão dos especialistas, a importância da iniciação precoce da violência entre os jovens casais, fenômeno antes só associado à fase adulta. No estudo da Fiocruz se identificou que muitas meninas não terminam o relacionamento por medo das ameaças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Segredos de Família

 
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Segredos de Família
Suely Pavan (*)
Segredos são segredos. E só se expressam através de olhares cúmplices, aqueles entendidos apenas por aqueles que sabem o segredo.
Segredos de família existem aos montes: uma morte mal explicada de um parente; um filho ilegítimo; uma adoção feita a sete chaves; uma traição no casamento; um estupro; violência familiar; um aborto. Na época em que tais fatos aconteceram cada família lidou com eles de um jeito. Mas o tempo passa, e os segredos ficam guardados nas quatro paredes da casa. Os filhos crescem, os netos aparecem, e os segredos permanecem. Como sabemos deles? Percebemos, principalmente quando somos crianças, época em que somos mais perceptivos e intuitivos, que faltam pedaços nas histórias que nos contam. São piscadas dadas pelos adultos quando perguntamos, por exemplo: Onde está a foto do vovô? E tias dão risadinhas entre si e nos contam histórias mirabolantes. Acreditamos nas histórias, mas os gestos dos adultos de alguma forma nunca enganam as crianças. Crianças guardam os gestos, e os carregam pela vida. Gestos são denunciadores. Crescemos com os gestos que vimos e esquecemos as palavras que nos contam.  
Nas histórias que faltam pedaços de nossa família, as crianças crescem e carregam também o segredo que desconhecem. Muitas vezes quando adultas repetem as mesmas histórias que um dia aconteceram com algum membro da família. E nestes momentos difíceis os segredos são revelados, e as histórias das pessoas são reescritas.
Jesus tinha uma frase sábia: Conhecerás a verdade e a verdade vos libertará!
Verdades são duras de engolir, esta é a mais pura verdade. Se fossem fáceis, segredos de família nunca assombrariam nossos sonhos e nossa realidade. Até porque não seriam segredos, mas fatos desagradáveis que acontecem em toda e qualquer família. Mas os segredos existem. Existem porque nem sempre queremos lidar com a realidade, e negamos os fatos. Existem pois já houveram época nas quais alguns temas eram proibidos, como por exemplo, uma gravidez indesejada. Nunca falamos sobre eles, pela dor que provocam, e principalmente pela vergonha e culpa. Há famílias que combinam de nunca falar sobre determinado assunto, e assim se faz. São pactos conscientes do tipo: morreu o assunto.
O duro é que o assunto não abordado nunca morre. Ele apenas fingi-se de morto. Perambula em nossa mente. Acompanha nossos pesadelos. Sobre os sonhos, todos sabem, ninguém tem o menor controle.
Conheço pessoas que um dia, assistindo a um curso ou fazendo terapia, lembraram-se de fatos bloqueados de sua infância. Ser assediado por um pedófilo, por exemplo, foi uma cena marcante da infância. E mais comum que possamos imaginar no universo dos meninos. Das meninas todos cuidam, mas os meninos pobres coitados, quantos foram assediados e nem sequer lembravam! Coisas que a família quase nunca percebe. O cara era o amigo. O cara era o professor. O cara era um tio. O cara era o pai. Mas um dia a “ficha cai” e a verdade aparece.   E aí se desbloqueia o próprio segredo, aquele que ainda estava no inconsciente.
Cada um lida com a verdade de seu próprio jeito. Mas a maioria ainda a considera libertadora, apesar de muito, mas muito dolorida mesmo. Lidar com ela é lidar com uma série de sentimentos e emoções: culpa confusão, medo, prazer.
O mais interessante é que tanto nos segredos pessoais como nos familiares, tanto conscientes como inconscientes, quando nos damos conta dele, refazemos a nossa própria vida. Nossas escolhas se tornam mais claras. Muito mais do que um processo de conscientização ocorre um “insight” algo aclarador (a dor se torna clara)  e absolutamente interno. Estas descobertas nos fazem escolher de um jeito novo, deixamos de nos auto-sabotar e principalmente de repetir histórias que não nos pertencem. Histórias passadas que foram de nossos avôs e até bissavôs. Coisas que não nos pertencem são finalmente depositadas em seu devido lugar. São enterradas. Ficam no lugar que devem ficar.
Enterrar o que já passou é preciso, para viver mais leve e carregar apenas aquilo que é nosso vida afora. Segredos de família, ao contrário, nos atolam. Muitas vezes não entendemos por qual razão agimos deste ou daquele jeito exagerado ou tristonho ou até que nos bloqueiam os caminhos da vida. Ao andarmos pela nossa casa, nos deparamos com o muro e as paredes, e nele estão os segredos guardados. Eles estão enterrados nos lugares errados. Ninguém os vê mais, mas eles lá estão. Fazem parte da família, são como fantasmas que estão sempre presentes. Ao descobri-los entendemos sua dor, conversamos com estes fantasmas e os deixamos ir em paz. Afinal, eles não ficaram no aqui e agora porque quisemos. Fazem parte de outra história, de um outro tempo. Assim agindo os libertamos de suas amarras, e desta forma também nos libertamos. Mudamos nossa rota, nosso passado e nosso futuro. O presente nos fez encontrar a verdade. E o mais importante: Perdoamos a todos os nossos antepassados que ficaram presos ao fantasma da casa por seus segredos. Eles não tinham culpa. Eles apenas não souberam lidar, na época deles, com algo muito humano: suas dores e vergonhas.   
A verdade, finalmente, libertou a todos. 

(*) Este texto poderá ser utilizado em outros veículos desde que se mantenha a sua integralidade, autoria e forma de contato: www.pavandesenvolvimento.com.br    

terça-feira, 8 de setembro de 2009

DIGNIDADE

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 DIGNIDADE
Suely Pavan (*)


Nos cursos abertos de desenvolvimento pessoal que ministro tenho por hábito distribuir caderninhos coloridos contendo palavras escritas em japonês e português em sua capa. Como a maioria do público destes cursos são mulheres, os caderninhos escolhidos normalmente versam sobre temas como amor e beleza. No último curso sobrou um caderninho todo azul e com o seguinte escrito: Dignidade.

Ele ficou guardado por um bom tempo num armário do meu escritório, e recentemente resolvi usá-lo para anotar minhas idéias. Tenho vários cadernos de idéias, nos mais diferentes lugares: carro, bolsa, banheiro e criado-mudo.  Ele parecia apenas mais caderninho de idéias, até o dia em que absorta na minha mesa de trabalho resolvi olhar com mais atenção para aquela bela palavra: Dignidade.

Pensei também sobre o motivo que ninguém o havia escolhido. Será que falta dignidade? Será que sobra dignidade? Ou será que não damos o devido valor a ela.

Lá fui eu pesquisar sobre a tal palavra. Na realidade uma virtude.

Descobri que na Índia, por exemplo, o símbolo da dignidade é o pavão, e quem faz uso dele em seus adereços é o próprio Krishna.

Em sua raiz etimológica dignidade, provém do latim: dignus é “aquele que merece estima e honra aquele que é importante”. 

E foi aí que pensei: Mas nem sempre recebemos a estima e honra que merecemos. Como agir então com dignidade, exigir nossos direitos e principalmente o devido respeito?

Foi neste momento da pesquisa que me deparei com outra palavra: arrogância.

Lembrei então de um filme: O óleo de Lorenzo. Ele é a história verídica de um menino – o Lorenzo – que aos seis anos de idade começa a manifestar uma série de sintomas relacionados a uma doença muito rara a adrenoleucodistrofia. Seus pais vendo que os médicos não tinham uma solução para o caso de seu filho, passam a pesquisar sozinhos alternativas para a doença. E é assim que eles encontram o tal óleo, que passou a se chamar “óleo de Lorenzo”. Numa famosa cena do filme o pai de Lorenzo é chamado de arrogante pelo médico, devido a este confronto com a ciência. O pai furioso reage ao julgamento do médico dizendo algo que eu nunca esqueci:- Sou arrogante sim. Arrogante vem de arrogare, que é aquele que arroga um direito para si. Se apropria dele.


Infelizmente o termo popularmente se vulgarizou, e passou a ser visto muito mais como pretensão, pedantismo e soberba tal como era entendida a palavra no século 19. Só para concluir a história de Lorenzo, ele contrariou todas as expectativas médicas, que diziam que ele iria durar muito pouco. Viveu até os 30 anos de idade, e morreu de pneumonia no dia 30 de maior de 2008, e segundo o seu pai sua morte nada teve a ver com a doença original de Lorenzo. Se o seu pai não tivesse sido digno e arrogante o bastante para desacatar a ciência médica, provavelmente o menino teria morrido lá pelos seus oito anos de idade.


Sim na vida é preciso em muitas situações ser arrogante, até porque às vezes é a única forma de se manter a própria dignidade, ou o direito ao merecimento e ao respeito.


Minha percepção dos brasileiros é esta: Exigimos muito pouco, e desta forma ferimos a nossa própria dignidade. Tratamos-nos como seres indignos de respeito, e por esta razão toleramos o intolerável: filas, explicações mal dadas, e o que é pior, a perda de tempo, a perda da própria vida, computada em minutos, horas e dias.


Deixamos por comodidade coisas importantes e que manteriam a nossa dignidade. Nos conformamos e vivemos a justificar o comportamento alheio:


- Coitado, ganha pouco;


- Deixa para lá, não adianta reclamar mesmo;


- Sempre foi assim, nada vai mudar.


E um monte de outras expressões que tanto você quanto eu já estamos cansados de escutar.


 


Esquecemos-nos que dignidade não pode e muito menos deve ser deixada de lado, em troca de amor ou beleza. Não é toa que o caderninho com esta imponente palavra foi deixado prá lá!


Ficar num amor ou relação que não nos dignifica é o mesmo que dizer que o outro: Eu não mereço.


Perder a dignidade por causa da beleza, do trabalho, ou de qualquer outro fator também não vale a pena.


Merecer direitos, saber exatamente o tamanho que se tem, deixar de se confundir e poluir em função do outro, e se for preciso subir no salto e ser arrogante, são coisas que não deveríamos deixar de lado, por nada e muito menos por ninguém.


A dignidade pode andar sozinha, mas em alguns momentos ela precisará da ajuda firme e forte da arrogância para manter-se em equilíbrio.


 


(*) Este texto poderá ser utilizado em outros veículos, desde que se mantenha a integralidade do texto, sua autoria e forma de contato: www.pavandesenvolvimento.com.br 

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

NINGUÉM MERECE


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NINGUÉM MERECE
Por mais que amemos nossos filhos, há coisas que eles fazem que “nenhuma mãe merece”!
Embora o diálogo seja apregoado aos quatro ventos como o salvador de todas as relações. É impossível dialogar com um filho (a) que simplesmente não quer dialogar, e quer apenas fazer o que lhe der na cabeça. Filhos que são incapazes de seguir regras. Filhos respondões e filhos ingratos. Que se negam a entender o sacrifício que os sais pais muitas vezes fazem para que eles se divirtam, estudem etc.
Há filhos ingratos, sim!
Assista a novela “Caminho das Índias” e você verá um belo exemplo do que escrevo nestas bandas. É a personagem Julinha, que é filha da Sílvia. Ela como a maioria dos adolescentes e jovens atuais não sabe esperar. E por não sabê-lo se mete em confusões. Pois quer tudo pra já, pra agora! O resto que se dane inclusive as leis. Estes jovens fazem parte da geração microondas, na qual tudo fica pronto rapidinho. É como em casa, descongela no micro e está pronto. Pura mentira!
A vida lembra mais a comida sendo preparada no fogão. É preciso temperar, esperar e esperar cozinhar, e só depois comer. Talvez este exemplo, relacionado ao tempo de cozimento dos alimentos, seja o melhor exemplo que possamos dar aos nossos filhos impacientes: DEIXE-O ESPERAR!
Ele ficará angustiado, prometerá “resolver as coisas ao seu modo”, se meterá em encrencas que terá que assumir tal como a Julinha da novela. Enfim, ele se frustrará. E frustração faz parte da vida
Se o sei problema é culpa. Compre um garfo, puna-se, ou até se pregue numa cruz. Mas faça um bem ao seu filho (a): Ensine-o que a vida é um processo. E tudo que é bom, demora um tempo para ficar pronto. Inclusive mães e filhos.
Por: Suely Pavan