segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

COMO ELA CONSEGUE?


COMO ELA CONSEGUE?
Suely Pavan Zanella (*)
Que a mulher hoje tem uma série de novos papéis, se compararmos com tempos não tão remotos assim, isto não é novidade para ninguém. Hoje, ela dirige, trabalha, cuida dos filhos, gerencia ou cuida pessoalmente de sua casa, tem marido ou namorado, estuda... Ufa! E literalmente se equilibra nestes vários papéis diariamente.  O que pouca gente percebe é ao grau de responsabilidade e exigência de perfeição atribuída socialmente a cada um desses papéis. Não é à toa que as mulheres hoje estão cansadas. Cansadas fisicamente e principalmente psicologicamente, já que elas tentam fazer tudo de forma perfeita já que a cobrança sobre os erros femininos é ainda maior do que a do homem.
Recentemente vi uma curta entrevista com a cantora Ivete Sangalo na TV. Nela a entrevistadora lhe faz aquela pergunta manjada: Como faz para conciliar criação de filho, casamento e trabalho? Ivete muito segura responde que a responsabilidade é de ambos (dela e do marido).
Raras são as mulheres que tem a desenvoltura da cantora. A maioria sente-se culpada. Se há, por exemplo, uma reunião importante no trabalho e não consegue chegar à tempo para uma reunião na escola. Cabe salientar que nas reuniões escolares feitas durante a semana a um contingente muito maior de mulheres do que de homens. Embora os filhos e suas responsabilidades sejam de ambos, é ela que chega atrasada ao trabalho para cumprir esta jornada de acompanhamento escolar. Raramente um homem falta ou se atrasa do trabalho para fazer isto. E ninguém o enche de culpa, por não fazê-lo.

No filme “Não sei como ela consegue”, estrelado por Sarah Jessica Parker, e baseado no “best seller” nos E.U.A. e Inglaterra,  da jornalista e colunista social Allison Pearson, vê-se claramente não só os diversos papéis vividos pela mulher moderna, como também a pressão que cada um deles exerce sobre ela. Mostra também pontos de vistas diferentes sobre esta trajetória feminina na atualidade.  A mensagem é clara, não dá para fazer tudo com perfeição, e é fundamental saber colocar limites.

Mesmo com a assunção de diferentes papéis a mulher ainda se sente obrigada internamente e através de uma cobrança social enorme a ser super em tudo. O tempo mudou, mas as cobranças são as mesmas. E a mulher vê-se a todo o tempo sendo comparada com seus colegas homens no âmbito profissional, como não muito eficaz por parte das mulheres que não trabalham e no seio familiar é vista como incompetente por sogras e mães. Sem contar que nem sempre o companheiro é sensível a estas novas demandas femininas.

Portanto, queridas mulheres, a questão essencial é saber colocar limites. No meu trabalho vejo que esta é a principal dificuldade feminina nestes novos tempos. A insatisfação gerada por não ser perfeita torna a mulher doente, amarga e muito infeliz.

 

(*) Este texto poderá ser utilizado em outros veículos desde que se mantenha a autoria e a forma de contato: suely@pavandesenvolvimento.com.br

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