segunda-feira, 26 de março de 2012

SUICÍDIO



SUICÍDIO
Suely Pavan Zanella

É sempre muito triste quando alguém resolve dar cabo da própria vida. Acabo de ler no twitter do Corpo de Bombeiros S.P. que uma mulher se jogou do 19º andar, Alameda Rio Negro, 1030 - Centro Comercial Alphaville – São Paulo. 
Fiquei pensando sobre quem era esta mulher e o que a levou a atirar-se de um prédio comercial. Trabalhava lá? O que estava fazendo naquele andar? Quem era ela?
O suicídio sempre suscita este tipo de questão, mesmo quando não conhecemos intimamente uma a pessoa. Qualquer ser humano minimamente normal ou normótico se compadece com a dor alheia. Quando se compadece, entra em empatia e entende o desespero de tal decisão.
Vitor Dias, psicodramatista, em seu livro “Sonhos e Psicodrama Interno na Análise Psicodramática” diz que: “O suicídio é um assassinato em que uma parte do indivíduo mata outra parte dele.”  É como se a parte assassina da personalidade obtivesse num determinado momento soberania, e aniquilasse a parte saudável da mesma.

Os motivos para tentar o suicídio são os mais diversos possíveis: drogas; excesso de álcool; problemas familiares; dificuldades financeiras; culpa; rompimentos afetivos; bullying; doenças mentais e os cada vez mais comuns (embora pouco estudados no Brasil) suicídios em função de insatisfação no trabalho.

Embora as maiorias das pessoas passem e sobrevivem aos problemas citados o suicida não vê saída e muito menos sentido para a sua vida. Alguns suicidas agem por vingança, pagam com a própria vida ao se depararem com um rompimento amoroso, por exemplo.

A verdade é que o suicídio afeta parentes e amigos da vítima. Os sentimentos de impotência são imensos. Sendo muito comuns as afirmações: Eu deveria ter feito tal coisa; Eu poderia ter agido desta ou daquela forma...

Outras pessoas também não tratam com a devida seriedade as ameaças de suicídio proferidas por algum familiar ou amigo. Estes pedidos de ajuda declarados devem ser ouvidos ao invés de banalizados, e estas pessoas devem ser encaminhados para psicoterapeutas e psiquiatras. Caberá ao psicólogo (psicoterapeuta) o suporte emocional, e ao psiquiatra o medicamentoso. Uma tentativa de suicídio jamais deve ser banalizada, pois ele ou ela poderá tentar novamente até que consiga morrer.

Infelizmente nem todos os suicidas dão aviso prévio, ou mostram em suas atitudes insatisfação declarada com a vida. Alguns dão sinais sutis, ou falam pouco sobre si mesmos e aquilo que os angustia, dificultando desta forma o seu auxílio.

Os libertários acreditam que o suicídio é um direito, já que a vida é propriedade de cada um, eles se esquecem que sua atitude afeta os outros e os fará sofrer.

Portanto, mesmo quando não somos entendidos em nosso trabalho, ou família, alguém em algum lugar poderá nos ajudar. Peça ajuda!