sexta-feira, 8 de maio de 2015

DIA DAS MÃES: Você não é Super!



DIA DAS MÃES: Você não é Super!

Uma geração de mulheres foi enganada. Disseram a elas com amplo apoio midiático que elas poderiam ser tudo, bastaria saber administrar o seu tempo. Pura mentira e grande balela.
Mulher nenhuma consegue ser a melhor profissional, uma mãe atenciosa, uma amante sempre presente, além de estar linda e antenada com o que ocorre no mundo, a todo o tempo. No máximo se tentar fazer tudo isso, será estressada, ou muito ansiosa. E chata pra cacete!
Exigiram todos estes absurdos da mulher, porém esqueceram que para ser de tal forma ela precisa de ajuda. Os companheiros do mundo inteiro, há pesquisas e mais pesquisas sobre isso, raramente colaboram de forma proativa com as tarefas de casa. São as mulheres que vão ao supermercado, fazem faxina na época das vacas magras, e nem todas contam com o serviço de empregadas domésticas. Mesmo quando as têm, são elas, e não eles, as responsáveis pelo gerenciamento dos serviços feitos em casa.
As escolas, por sua vez, ainda insistem em fazer reuniões com os pais (a maioria que vai a estas reuniões ainda são as mães) durante a semana, obrigando as mulheres a faltarem em seus trabalhos. E nem sempre, todos sabemos, os patrões, normalmente homens, são compreensivos com estas questões. As mulheres ganharam uma série de novos papéis, porém sem complementares adequados, e a sobrecarga ficou nas costas apenas delas.
São culpadas também, basta você ler jornais, portais e assistir TV, por toda e qualquer coisa que ocorre com seus filhos. Se eles se tornam bandidos ou vão mal à escola, é ela que é a responsável. Ninguém percebe, ou insistem em querer não perceber que filhos hoje sofrem grandes influências de vários veículos, principalmente os de comunicação. É possível, por exemplo, às duas hora das tarde em uma TV paga ver um filme em que adolescentes cheiram cocaína em uma festinha tida como típica para a idade deles. Mas se o filho decide por conta e risco, se tornar um usuário será ela a responsável pelo fato. As influências não são nem sequer questionadas.  E ela é que carregará a culpa e dirá para si própria: Aonde foi que eu errei?
Há um feminino antigo que não atualizou a cena, e de onde ele advém? Da sociedade cobradora que se acostumou a ver a mulher como uma espécie de personagem das histórias em quadrinhos, que é capaz de tudo a todo o tempo, nunca se cansa e está sempre impecável.
Tal como Eva, personagem bíblico, é culpada por tudo. Se é bonita, gostosona e sedutora é chamada de “galinha”. Se exercer um cargo de poder é vista como despreparada e pode ser xingada por qualquer um. Aliás, virou moda xingar mulher, até fila lenta em supermercado é pretexto para xingar a caixa de tudo quanto é nome, como se ela fosse a culpada pela demora ou ineficiência processual da empresa. Se esqueceram também que ela é a maior vítima da violência doméstica, mas mesmo assim as tratam como alienadoras nos processos de guarda compartilhada. Ela vive como uma tarja estampada na cabeça.
Portanto, neste dia das Mães, relaxe. Faça o que quiser! Quer cozinhar para a família toda, se isto te dá prazer, o faça. Quer sair para badalar, idem.
Nos esquecemos desta parte: Se antes mulher tinha que ser super, hoje ela pode ser o que quiser.
Os tempos mudaram, se você precisa trabalhar, avise seus filhos sobre isso desde que eles são pequenos. Não conheço nenhuma criança que ficou traumatizada porque a mãe trabalhava. Agora, conheço um monte que ficou doente quando a mãe só se preocupava com ela mesma, com regimes, vaidades supérfluas, belezas inatingíveis. Filho precisa de qualidade na relação, e não de uma mãe sempre impecável. Quem precisa deste tipo de mulher é homem carente, aquele que vê a mulher como um objeto, um troféu. Bons patrões também sabem reconhecer que a mulher é mãe e também trabalha, e que em alguns momentos precisará se ausentar, e que isso em nada prejudicará a sua performance profissional, ao contrário mulheres mães tem um compromisso enorme com o trabalho, pois ele lhes dá sustento e independência.
E que a sociedade, principalmente a mídia composta e comandada por homens, se atualize nesta nova cena e parem de culpar as mães por tudo. O mundo é grande! E só pra lembrar: Estas em 2015 e não em 1918.