segunda-feira, 17 de setembro de 2012

TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS



TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS

Suely Pavan Zanella
Agarrar-se a uma premissa (“ponto ou ideia de que se parte para armar um raciocínio”, segundo o dicionário Hoauiss) pode ser uma perigosa armadilha para as mulheres que buscam um par afetivo.
Embora nesta esfera dos relacionamentos existam muitas premissas vou ater-me àquela que a meu ver é a mais limitante: “Todos os homens são iguais”.
Quando uma mulher tem gravado em sua cabeça esta premissa não importa muito o(s) homem (ns) que conheça, o que valerá será a frase. E ela fará de tudo para provar a sua premissa. E começará a agir de forma a reforçar este pensamento, ou crença limitadora.
Dizer que todos os homens são iguais, significa apenas que ela agirá de forma consciente e também inconsciente para arrumar homens que apenas reforcem esta sua profecia autorrealizadora. É como pagar um consórcio de um carro: Um dia fatalmente o carro desejado será sorteado. Não tem jeito!
Normalmente mulheres que pensam desta forma e com o objetivo de fazer valer esta premissa se aproximam apenas de homens não confiáveis, ou cafajestes, ou tem ilusões à respeito do comportamento masculino, já que não conhecem a sua psique.
Homens são diferentes das mulheres, mas isto não significa que sejam galinhas ou traidores. Há mulheres que são galinhas e cujo modus operandi é viver no triangulo, ou seja, gostam e não conseguem parar de trair, mesmo quando têm um ótimo marido ou namorado.
Mas voltemos à premissa enclausurante de “Todos os Homens são Iguais”.
O negócio é sair da premissa e olhar outros tipos de homens, diferentes dos que normalmente este tipo de mulher enxerga.
Sempre digo às minhas clientes de psicoterapia que têm esta premissa incrustada na cabeça para frequentarem outros lugares, com o objetivo de conhecer outro tipo de homem. Nem sempre nos mesmos bares ou lugares para dançar frequentados por gente jovem ou de meia idade há pessoas interessadas em firmar um relacionamento, isto é pura sorte. Pode-se até conhecer um homem assim neste tipo de lugar, mas isto é raro.
Pesquisas mostram que os melhores lugares para se conhecer parceiros afetivos são os ambientes de trabalho e cursos.
O motivo é muito simples: Nestes lugares as pessoas estão, digamos mais elas mesmas, e menos sedutoras do que quando vão para a balada por exemplo.
Para sair à noite o objetivo nem sempre é o amor, mas sim a ficada, o amasso, o sexo puro e simples.
Porém, algumas mulheres que tem esta horrível premissa não percebem os homens diferentes. Elas insistem em suas crenças e acham sem graça, por exemplo, um cara devotado ao trabalho ou um intelectual.
Ao fazerem isto desprezam eventuais bons partidos. E contraditoriamente querem homens comprometidos. Se um homem é comprometido com seu trabalho, por exemplo, ou seus estudos, há uma boa indicação de que ele goste de compromisso.  Lógico que também isto é uma premissa: Gosta de trabalhar, portanto será um bom marido.
Toda a premissa é baseada em algum tipo de silogismo perigoso, tal como o exemplo dado acima.  
Outro dado importante é sobre a Pirâmide da Solidão(*):
... a distribuição etária brasileira é tal que os grupos etários mais jovens são numericamente superiores, o recasamento ocorre com maior facilidade para os homens, que em geral “olham para baixo” na pirâmide etária, ao passo que as mulheres tendem a “olhar para cima” (Berquó, 1986). Com isso, os homens apresentam uma maior mobilidade em relação ao mercado matrimonial, pois eles podem “escolher” suas parceiras tanto nas faixas etárias próximas às deles, como naquelas compostas por mulheres mais jovens que eles. As mulheres, por sua vez, “precisam” buscar seus parceiros nos grupos etários superiores, cada vez mais rarefeitos devido à sobremortalidade masculina (Rodrigues, et al, 1996)...
Isto significa que mulheres que buscam um par afetivo devem aprender a olhar para diferentes lados, ou seja, ao invés de valorizarem apenas os “homens mais” velhos, “maios” altos e “mais” ricos, podem ser surpreender ao encontrar homens interessantes em outras camadas.
Hoje em dia uma mulher não precisa se contentar com um homem “mais” do que ela como antigamente, salvo se ela ainda for uma madame dependente do homem.  Por esta razão eu coloco neste texto o termo “par afetivo”, ou seja pessoas adultas ligadas pelos laços do afeto e não da dependência, do tipo: Eu preciso dele por causa disto ou daquilo.  
O melhor antídoto contra qualquer premissa é justamente a capacidade de olhar para novos ângulos.
Agora ficar achando que “Todo homem é igual” é sem dúvida alguma o melhor caminho para a solidão.
Quem quer algo novo precisa encarar novos caminhos.

(*)http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2002/Com_ENV_ST45_Costa_texto.pdf