NOVOS
RELACIONAMENTOS
Ficante? Peguete? Namorado?
Por Suely Pavan Zanella
Paira uma dúvida no ar no início de qualquer
relacionamento: Afinal, o que sou: namorada ou ficante?
Principalmente nos novos tempos em que a hierarquia de
relacionamentos segue uma espécie de cronograma de títulos: peguete; ficante;
namorada; noiva (nem todas passam por este passo hoje em dia); namorido e
talvez marido.
Citei tudo no feminino no parágrafo anterior, pois a
dúvida, na maioria dos casos, é das mulheres, como se os homens sozinhos fossem
capazes de graduar a relação. E como se relacionamentos se não se decidissem a
dois. Mas, infelizmente, ainda os homens é que dizem se têm ou não uma
namorada. Cansei de ver a cena da apresentação do rapaz em relação à moça, e o
olhar ansioso dela para saber de que forma seria apresentada. A cara de decepção
dela quando ele sonoramente diz: Essa é minha amiga... Já vi casais que estão
constantemente juntos em festas, eventos, e ele sempre a apresenta como amiga.
Se conversarmos com ela separadamente veremos que dá 252.000 explicações
diferentes para a atitude do rapaz. Ou seja, mesmo que ela ache um absurdo a
situação, continua a concordar a ser somente “amiga”, e talvez esse seja o
único jeito que ela encontrou (ou acredita que encontrou) para ficar com o
rapaz que evidentemente tem pavor de se relacionar.
No item relacionamentos estamos (pra variar) copiando o
modelo americano, já que em outros países, a coisa ocorre diferente. Há países
europeus, por exemplo, em que se alguém tem interesse em sair com você pessoa
isso já é um início de namoro. Afinal, namoro não é isso mesmo? Namorar serve
para conhecer outra pessoa, apenas isso. E hoje mesmo dentro do namoro existe
outro fator: A tal da aliança de compromisso!
Quanto ao ato de ficar, isso sempre existiu, mas antes
se chamava amasso e era circunstancial. Você estava numa festa, por exemplo, e
resolvia dar uns amassos em fulano ou beltrano. Se a coisa fosse boa, e
houvesse interesse de ambas as partes o casal poderia até sair e daí engatar um
namoro. Tudo muito simples, e sem complicação.
Hoje não, relacionamentos viraram uma enorme
complicação, e para não dizer graduação confusa e inútil. Parece até que com
medo de ser relacionar, ou amar, as pessoas por aqui criaram uma espécie de
sistema de segurança, em que há vários níveis de garantia.
Antes não, a coisa era simples! Nem todo o
relacionamento de amassos ou pegadas, por exemplo, significavam afeto ou amor. Já
vi gente de monte justificando ou fazendo força para justificar um
relacionamento que só é bom na cama, mas que na vida vertical deixa a desejar,
e óbvio que relacionamentos assim jamais dão certo.
Tem gente que racionaliza e diz: Pra mim pouco importa,
tanto faz se sou namorada ou ficante, o importante não é o nome, é o que há
entre nós!
Então, tá!
Se o nome ou o título não fosse tão importante assim a
ansiedade não correria a solta como ocorre hoje. Em que cabeças femininas estão
cheias de “Será?”
O melhor a fazer é conversar com o ficante, peguete, ou
namorado e cara a cara dizer: Afinal, o
que somos, ou o que seremos?
Assim ninguém perde tempo, e a fila pode literalmente
andar.
Normalmente quem não pergunta tem apenas um medo: A
resposta!
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