Mães superprotetoras NEM SEMPRE criam canalhas como Léo, de "Insensato Coração"
Li uma matéria hoje pela manhã no site da UOL que me deixou no mínimo encafifada, a começar pelo título: Mães superprotetoras podem criar canalhas como Léo, de "Insensato Coração".
Na matéria nem sequer é mencionado o fato de que Léo é um psicopata, e não apenas um mimado, superprotegido pela mamãe. Psicopatas nascem psicopatas e até o momento que escrevo este texto não há cura para este triste fato. Léo não é apenas um menino mimado.
Outra coisa comum nos dias atuais é os pais superprotegerem os seus filhos em função da violência existente e não punida nos grandes centros urbanos. Antigamente as crianças e adolescentes se “viravam” mais, iam para cá e para lá sem a ajuda dos pais, e não era vítimas de assaltos, latrocínios e mortes infundadas. Não havia também esta carga de culpa que há hoje sobre os pais em função de matérias e livros sobre o tema. O pai e a mãe tinham papéis claros e delimitados na sociedade, e esta os respeitava e os desdobrava. Hoje é uma bagunça total. A criança e o adolescente sofrem todo o tipo de influência e não há nenhum sistema punitivo eficaz por parte da própria sociedade que é por si só psicopática, doente.
Se todos os filhos superprotegidos no nosso mundo fossem como o Léo não haveria nem sequer uma autor para escrever a novela insensata!
Se você, por exemplo, tem o azar de ter um filho psicopata como o Léo, deve caprichar nos limites, já que ele não está nem aí para ninguém. Psicopatas não tem emoção. Mesmo agindo desta forma isto não garantirá a sua cura, já que psicopatia não tem cura. E se você lembrar-se de um outro personagem de TV que era psicopata, a Ivone de “Caminhos das Índias” ( Autoria de Glória Perez), lembrará que ela teve uma mãe zelosa mas incapaz de lidar com a doença da filha. Ou seja, nem sempre a superproteção é pretexto para criar Léos ou Ivones.
Se você superprotege um filho ou filha, criará um mimado, que raramente enfrentará os problemas da vida sozinho. Agora se você não coloca limites para o seu filho poderá criar um delinqüente, aquele que jamais se responsabiliza pelos seus atos. Raros são os pais, por exemplo, que ligam para a polícia para denunciar um filho delinqüente, quando o mesmo dirige embriagado. Recentemente tivemos dois casos mostrados na mídia que a meu ver não são de psicopatas, mas sim de delinqüentes: gente que acha que é o príncipe ou a princesinha da família. Mas também, esta minha análise pode ser efêmera e sem nenhum fundamento, já que não conheço os atropeladores pessoalmente. É só o palpite, uma hipótese.
Para entender mais sobre psicopatia leia: Sin Conciencia – El inquietante mundo de los psicopatas que nos rodeam, de Robert Hare, o maior especialista sobre o tema no mundo e também Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado de Ana Beatriz Barbosa Silva.
E tome cuidado com matérias que apenas generalizam algo tão grave, e dizem que “mães” podem criar pessoas como o Léo. Porque só as mães são culpadas pelo comportamento dos filhos? Passemos a observar mais a forma como se estrutura a sociedade ao invés de culpar as mães por tudo. Hora de atualizar a cena!
Suely Pavan Zanella