O
QUE QUEREMOS? Ou O QUE AS MULHERES QUEREM?
“Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delícia
De ser o que é...
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delícia
De ser o que é...
Não me olhe
Como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca
E não cale na boca
Notícia ruim...”
Como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca
E não cale na boca
Notícia ruim...”
Caetano Veloso
Enquanto
pensava sobre que tema escrever para o artigo desta semana me deparei com
algumas frases e pesquisas interessantes. Numa delas um famoso psiquiatra diz
que as mulheres sonham mesmo com filhos e casamento, apesar de estudarem tanto.
Noutra uma pesquisa afirma que as mulheres querem equilíbrio entre a vida profissional
e pessoal (meio óbvio, não é mesmo?). Até que me deparei com a figura que
ilustra este artigo.
Trabalhando
e pesquisando o Universo Feminino desde 2001 não consigo enxergar esta linearidade
existente tanto na frase do psiquiatra como na pesquisa, ambas, aliás, feitas
por homens. Não consigo afirmar que hoje a mulher quer isto ou aquilo. Cada
mulher é singular, portanto, não se submete a um único medo de ser.
Quando
Freud fez a pergunta: O que as mulheres querem? Ele sabia a resposta, porém não
a revelou.
As
mulheres querem tudo. Querem poder de decisão. Querem fazer o que quiserem.
E
hoje elas podem!
Podem
ser mães se assim quiserem. Podem trabalhar e estudar. Podem casar e ter filhos
e também assumir uma carreira. Podem resolver não casar e ter filhos. Podem!
Este
poder de escolha está dentro da mulher contemporânea, ou seja, ela sabe que
pode. Mas nem sempre se julga merecedora destes, digamos poderes!
Se a mulher
soubesse de seu poder ela jamais seria subjugada ou vítima de violência
masculina. Se soubesse o poder que tem ela se indignaria cada vez que ligasse a
TV e visse, por exemplo, um comercial de produtos de limpeza direcionado apenas
a mulheres. Se soubesse o poder que tem ela se sentiria ultrajada a cada vez
que lê que é função dela: ser sexy para e fazer de tudo para manter um
relacionamento!
Quem
diz estas coisas tolas e irreais? Quem enxerga a mulher como um ser linear?
A
mídia de uma forma geral precisa começar a atualizar a cena. Comerciais de TV e
revistas ainda lembram as donas de casa dos anos 50, que eram possivelmente
felizes em suas condições. E cuja, escolhas diferentes, naquela época, traziam
como único resultado a exclusão.
Mas o
mundo mudou. Hoje temos até no Brasil uma Presidenta!
Porém,
apesar desta mudança no mundo, e das mulheres aquilo que é direcionado a ela
permanece antigo, cheirando a mofo. A magreza é a opção do corpo feminino. Onde
fica a singularidade e a não linearidade feminina?
Este manual
comportamental é no mínimo escravizante!
Repito:
Hora de atualizar a cena!
Sempre
digo que antes a mulher era escrava do patriarcado e hoje é da mídia. Minhas
pesquisas levaram a este modo de pensar.
O que
queremos?
Respeito para com nossas escolhas e deixar de ser vistas apenas como seres lineares. Podemos tudo, desde que assumamos, como qualquer ser humano, a consequência sobre nossos atos.
Respeito para com nossas escolhas e deixar de ser vistas apenas como seres lineares. Podemos tudo, desde que assumamos, como qualquer ser humano, a consequência sobre nossos atos.