segunda-feira, 6 de julho de 2015

NOVOS RELACIONAMENTOS



NOVOS RELACIONAMENTOS
Ficante? Peguete? Namorado?


Por Suely Pavan Zanella

 
Paira uma dúvida no ar no início de qualquer relacionamento: Afinal, o que sou: namorada ou ficante?
Principalmente nos novos tempos em que a hierarquia de relacionamentos segue uma espécie de cronograma de títulos: peguete; ficante; namorada; noiva (nem todas passam por este passo hoje em dia); namorido e talvez marido.
Citei tudo no feminino no parágrafo anterior, pois a dúvida, na maioria dos casos, é das mulheres, como se os homens sozinhos fossem capazes de graduar a relação. E como se relacionamentos se não se decidissem a dois. Mas, infelizmente, ainda os homens é que dizem se têm ou não uma namorada. Cansei de ver a cena da apresentação do rapaz em relação à moça, e o olhar ansioso dela para saber de que forma seria apresentada. A cara de decepção dela quando ele sonoramente diz: Essa é minha amiga... Já vi casais que estão constantemente juntos em festas, eventos, e ele sempre a apresenta como amiga. Se conversarmos com ela separadamente veremos que dá 252.000 explicações diferentes para a atitude do rapaz. Ou seja, mesmo que ela ache um absurdo a situação, continua a concordar a ser somente “amiga”, e talvez esse seja o único jeito que ela encontrou (ou acredita que encontrou) para ficar com o rapaz que evidentemente tem pavor de se relacionar.  
No item relacionamentos estamos (pra variar) copiando o modelo americano, já que em outros países, a coisa ocorre diferente. Há países europeus, por exemplo, em que se alguém tem interesse em sair com você pessoa isso já é um início de namoro. Afinal, namoro não é isso mesmo? Namorar serve para conhecer outra pessoa, apenas isso. E hoje mesmo dentro do namoro existe outro fator: A tal da aliança de compromisso!
Quanto ao ato de ficar, isso sempre existiu, mas antes se chamava amasso e era circunstancial. Você estava numa festa, por exemplo, e resolvia dar uns amassos em fulano ou beltrano. Se a coisa fosse boa, e houvesse interesse de ambas as partes o casal poderia até sair e daí engatar um namoro. Tudo muito simples, e sem complicação.
Hoje não, relacionamentos viraram uma enorme complicação, e para não dizer graduação confusa e inútil. Parece até que com medo de ser relacionar, ou amar, as pessoas por aqui criaram uma espécie de sistema de segurança, em que há vários níveis de garantia.
Antes não, a coisa era simples! Nem todo o relacionamento de amassos ou pegadas, por exemplo, significavam afeto ou amor. Já vi gente de monte justificando ou fazendo força para justificar um relacionamento que só é bom na cama, mas que na vida vertical deixa a desejar, e óbvio que relacionamentos assim jamais dão certo.
Tem gente que racionaliza e diz: Pra mim pouco importa, tanto faz se sou namorada ou ficante, o importante não é o nome, é o que há entre nós!
Então, tá!
Se o nome ou o título não fosse tão importante assim a ansiedade não correria a solta como ocorre hoje. Em que cabeças femininas estão cheias de “Será?”
O melhor a fazer é conversar com o ficante, peguete, ou namorado e  cara a cara dizer: Afinal, o que somos, ou o que seremos?
Assim ninguém perde tempo, e a fila pode literalmente andar.  
Normalmente quem não pergunta tem apenas um medo: A resposta!