Mulheres
“Boazinhas”
Suely Pavan Zanella
Os tempos mudaram, mas algumas respostas das mulheres dadas
aos homens inconvenientes continuam as mesmas. Elas se alongam, dão explicações
desnecessárias, e parecem nunca querer ser grosseiras ou inconvenientes. Elas
lembram meninas comportadas e muito submissas.
Na semana passada li um post no Facebook que me deixou muito
preocupada. Eram duas mensagens enviadas por homens desconhecidos à mulheres
via WhatsApp. Num deles um homem queria porque queria um encontro com uma moça,
ela não o conhecia. Ela dizia não, e ele, como todo agressor, insistia e
desqualificava os motivos delas. Quanto mais ela se explicava, mais ele forçava
a barra. No segundo o homem queria também um encontro, mas deixou claro que
queria mais. A moça reagia da mesma forma, se explicava, e alongava a conversa
e ainda avisou: Vou te bloquear!
Fiquei me perguntando qual é o problema que as mulheres
têm em logo de cara, tanto pessoalmente quanto por outros meios, dar uma
cortada definitiva num homem que ela não conhece ou não quer?
Pra quê tantas explicações? Não querem magoar um
invasor? Que coisa mais louca é essa?
Já está mais do que na hora das mulheres pararem de ameaçar
e começarem a agir, virando as costas, bloqueando sem avisar, chamando a
polícia sem aviso prévio, e dizendo um sonoro “Não”!
De onde vem esta educação tão retrógrada que ensina
meninas a serem boazinhas em excesso?
Qual a dificuldade que elas têm em simplesmente dar um
block, sem aviso prévio, em homens inconvenientes na Internet, ou de chamar o
segurança em uma balada, ou fazer um escândalo quando são encoxadas no ônibus
ou no metrô?
Às vezes eu acho que falta sentido de autopreservação
em algumas mulheres. Será que elas acreditam que têm que aceitar tudo de um
homem?
Não há razão alguma para ter zelo ou bons modos com um
evidente perseguidor ou agressor.
Duvido que se a situação ocorresse com um homem ele não
teria problemas em cortar a situação com um único movimento e logo de cara.
Certa vez um professor de karatê me disse que meninas
deveriam fazer menos balé, e mais lutas marciais para aprenderem a se defender
e sentir-se mais seguras também.
É preciso ter muito tempo a perder para gastar dando
explicações a um homem inconveniente.
E se além de tudo a mulher marcar um encontro com um
cara assim o resultado será aviltante.
É preciso aprender
a afastar-se de homens agressores verbais e psicológicos, e chamar a polícia (também
sem aviso prévio) no caso dos físicos. Esta é a única forma de não complementar
este tipo nocivo de homem. Se todas as mulheres agirem assim tenho certeza de
que eles terão que gastar o dobro ou o triplo de seu tempo caçando mulheres
disponíveis ou carentes e que aceitem este tipo de invasão.
E lembre-se: Nem toda a fera quer se transformar em um príncipe
gentil e educado. Não se iluda!