Brigões,
Valentões, Machões e Playboys... Até que a Polícia chegue!
João Valentão é
brigão
Pra dar bofetão
Não presta atenção
e nem pensa na vida
A todos João
intimida
Faz coisas que até
Deus duvida...
João Valentão –
Dorival Caymmi
Suely Pavan Zanella
Eles são corajosos, destemidos, e, até cruéis, mas este
jeito peculiar de se achar invencíveis tem duração curta. Sua coragem, rebeldia
e macheza dura até que a polícia chegue.
Com os bandidos já acostumamos a ver este tipo de
comportamento. Com as vítimas não se cansam de usar frases feitas e
assustadoras em assaltos. Adoram ameaçar. Mas quando a polícia chega é “sim
senhor pra cá”, “sim senhor pra lá”. E, mal levantam a cabeça para olhar o
policial. De repente viram donzelas assustadas.
O
mesmo acontece com os valentões no transito, aqueles que cortam, costuram, só
para chegar em primeiro lugar no semáforo, ou sei lá onde. Como a macheza é muito
grande, a ponto de incapacitar a sua possibilidade de pensar, eles nem de
percebem que aquele que corre nem sempre chega mais rápido a algum lugar. Eles
te jogam nas guias, grudam na traseira do seu carro nas estradas, ma não tem
coragem de assumir que gostam da velocidade e se habilitem a correr em
Interlagos, por exemplo! A coragem deles, ou pseudocoragem é limitada, o que
eles gostam mesmo é de azarar nas ruas, e “meter” medo. Tal como os bandidos, a
valentia deles dura até que sejam parados pela polícia. Já vi muito “macho”
fazendo um monte de barbaridades no trânsito, mas que nunca tiveram coragem de
fazer o mesmo se há um carro de polícia à frente, mesmo que esteja lento,
devagar quase parando. Sempre tenho vontade de dizer: Vai valentão, agora dá
farol alto e fica buzinando para o carro da polícia!
E nem preciso dizer:Nunca vi nenhum valentão ser
valente para encarar a polícia no trânsito.
Certa vez um ônibus fazia manobras perigosas pela manhã
em uma avenida movimentada de São Paulo. O motorista, apesar das minhas buzinadas
e também alertas de outros motoristas não se eximia em fazer verdadeiras
barbaridades no trânsito. Ao avistar um carro de polícia fiz sinal, e a viatura
parou. Falei que era psicóloga e que aquele motorista de ônibus era um
assassino em potencial. Os policiais imediatamente pararam o ônibus, e
adentraram no mesmo. E eu e os demais motoristas seguimos os nossos caminhos
com tranquilidade. Para aqueles que não sabem potencial significa que alguém
capaz de cometer um ato seja ele bom ou ruim, ou seja, tem potencial para. A maioria
dos motoristas que fazem estas barbaridades no trânsito são assassinos em
potencial, por mais que pareçam calmos para seus vizinhos ou parentes. Quem tem
potencial para alguma coisa pode cometer um crime, por exemplo, desde que tenha
as condições propicias para tal. Portanto, exames para tirar ou renovar
carteiras de motoristas a meu ver deveriam ter avaliações psicológicas
rigorosas.
Os agressores de mulheres, negros e homossexuais fazem
o mesmo. Batem, xingam, agridem, mas viram “bonzinhos” e pacíficos quando a
polícia chega, salvo quando estão embriagados ou drogados.
No vídeo abaixo um “machão” agride uma mulher na rua, e
veja a reação “mansinha dele ao se deparar com a polícia: https://www.facebook.com/plantaopolicial1/videos/811408648968752/?pnref=story
E hoje temos a figura do valentão, machão, das redes
sociais. Eles, e também elas agridem nos comentários que fazem, e reúnem uma
série de pessoas doentias ao seu redor, que sofrem do mesmo machismo que eles e
até elas. E depois, quando advertidos, tentam a todo o custo “aliviar” suas
palavras dizendo que estavam bêbados, que eram brincadeiras, e outras frases
típicas de agressores, ou jovens sem juízo. Eles ainda acreditam que a Internet
é terreno fértil para o exercício da psicopatia generalizada, e se assustam
quando se deparam com as leis. Esses valentões atacam figuras públicas,
policiais, negros, mulheres e gays, e se escondem covardemente atrás de perfis
falsos. Sua “coragem” é limitada ao insulto, pois não sabem lidar com as
consequências de seus atos. A verdadeira coragem, porém, é aquela em que nos
dispomos a encarar as consequências de nossos atos. O resto é balela, machismo
e valentia circunstancial, geralmente aplicada contra os mais fracos. Playboys,
de todos os tipos costumam agir desta forma.
Ainda bem que existem bons policiais para coibir estas
práticas truculentas, esta violência diária, que muitas vezes acarreta péssimas
consequências às vítimas destes valentões de araque.