segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MULHERES DESESPERADAS POR UM AMOR

MULHERES DESESPERADAS POR UM AMOR
Suely Pavan (*)
Até a década de 60 restava para uma mulher uma única opção: Casar-se e ter filhos. Aquela que por qualquer razão ficava sozinha era mal vista, e se dizia que se não casasse até os 30 anos “ficaria para a titia”. As que tinham a audácia de se separar de seus maridos, as separadas e desquitadas, eram olhadas com desconfiança pelas mulheres casadas, já que tinham a fama de “roubar” os seus santos maridos.
O tempo passou, graças a Deus, e a mulher conquistou seu espaço. Hoje em teoria (sim, só em teoria) ela pode escolher ficar só, casar com quem quiser e ter quantos relacionamentos sexuais e afetivos antes de casar, sem ser cobrada por seu marido sobre o seu passado. Sempre digo em minhas palestras para o universo feminino que “Mulher hoje tem escolha”. Escolha tem, porém, algumas fazem um péssimo uso desta escolha.

É impressionante o número de notícias que lemos e vemos diariamente sobre jovens espancadas, mal tratadas por seus namorados. E que apesar dos maus tratos continuam com eles, e também aceitam qualquer coisa deles, como por exemplo, terem outras mulheres. Meninas que admiram seus homens (como elas mesma dizem) como se eles fossem “rappers” num vídeo clip de Hip Hop. E que por eles são capazes de brigar e até arrancar os cabelos das mulheres e meninas que eles mesmos abrem brechas para atrair. Elas sempre protegem o amado e culpam “as outras”. Vejo também pais que pouco fazem em prol de suas filhas, mesmo quando as mesmas são agredidas tanto verbal quanto fisicamente. Meninas que se metem com homens mau-caráter precisam ser aconselhadas e até encaminhadas para a psicoterapia com o objetivo de melhorar a auto-estima que é baixa, beira o dedão do pé. Não adianta os pais cruzarem os braços e acreditarem que as coisas se resolvam organicamente. Meninas e Mulheres que tudo aceitam dos homens em nome do amor têm geralmente problemas de auto-estima. Muitas vezes em termos de matriz feminina advindas de avós, mães e professoras têm uma imagem negativa da relação homem e mulher.
No consultório e cursos vejo também mulheres desesperadas para arrumar um namorado, mas na realidade são poucas que pensam ou sabem como querem ser tratadas por seus futuros pretendentes. Em nome do amor, elas tendem a tudo perdoar ou justificar. Mulheres que normalmente não sabem fazer companhia a si mesmas e que por esta razão pouco treinamento tem sobre como gostam de fato de serem tratadas. Mulheres que acreditam piamente que o amor, como se o amor ao outro fosse maior do que o amor delas por elas mesmas em primeiríssimo lugar.
O bom homem só aparece e se é feliz com ele, depois que a mulher aprende a amar e a conviver consigo mesma, tranquilamente e sem nenhum desespero.