A
GERAÇÃO FUTILIDADE
“Live fast, die young...”
(Viver rápido, morrer jovem…)
Bad Gil – M.I.A.
Suely Pavan Zanella
Eles têm entre 15 e vinte e poucos anos, mas podem ser
mais velhos, já que nunca crescem. São exibicionistas; usuários de drogas;
frequentadores assíduos de festas; amantes de selfies em que exibem copos com bebidas, roupas de grife, drogas,
carros ou motos; cultuam celebridades do mesmo naipe que eles; não trabalham e
são péssimos estudantes. Apesar do comportamento frequentemente antiético seus
discursos nas redes sociais fazem defesa à ecologia (amam o Greenpeace) e o salvamento
de animais. Mas não se engane, é tudo superficial e apenas para aparecer “bem
na fita”. Raramente pensam em mais alguém que não seja eles mesmos. Foram
criados para serem felizes ou famosos, ou ambos, e seus pais fingem não
perceber seu comportamento perigoso, narcista e sociopata. E o mais importante,
eles roubam, não por necessidade, já que são da classe média ou média alta.
Roubam para sustentar seus vícios e estilo de vida e também por pura
“adrenalina”. Eles gostam de ostentar.
Sofreram alta influência do estilo de adolescentes e
jovens americanos, como as tais festas corriqueiramente mostradas em filmes
como “normais”, nelas adolescentes e jovens bebem até cair e usam drogas.
Estilo, aliás, que os jovens brasileiros importaram já há algum tempo. Afinal,
você já viu festa de adolescentes sem abuso de bebidas alcoólicas?
O filme -Bling
Ring:
A Gangue de Hollywood- dirigido e produzido por Sofia Coppola mostra
(até de forma excessiva e exaustiva) os crimes cometidos com maestria por uma
gangue de jovens fúteis e que apreciavam celebridades igualmente fúteis. Apesar
de o filme explorar em demasia o sucesso estrondoso que a gangue de
adolescentes obteve com o furto de objetos de casas de celebridades entre elas
as de Paris Hilton e Lindsay
Lohan, ele faz pensar. Essa gangue que existiu no mundo real faturou cerca de
três milhões de dólares com estes assaltos, e só foi pega graças ao seu
exibicionismo nas fotos que publicavam nas redes sociais com os objetos que
surrupiavam. Infelizmente um tema tão importante e atual (nunca houve uma
juventude como essa que cultua de forma
não pensante celebridades inócuas) poderia ter sido melhor explorado,
mas infelizmente Sofia é amiga de Paris Hilton, uma celebridade oca, mas
endeusada por este tipo de jovem. O filme poderia dar um belo “caldo” de
discussões acerca dos motivos que levam estes adolescentes a se comportarem
desta forma, embora saibamos que eles levam vidas vazias e sem sentido, e não é
à toa também que volta e meia se percam em seus sextapes, parecem que não existem se não puderem se mostrar, e
quanto mais se mostram, mais vazios se sentem. É um círculo vicioso.
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