BEBIDA
E DIREÇÃO
Este vídeo mudou a consciência da população da Austrália sobre bebida e
direção. Uma das maiores empresas de marketing do mundo resolveu passar
uma mensagem para todos através de um vídeo criado pelo TAC (Transport
Accident Commission).
Suely
Pavan Zanella
No
final do ano aumentam as festas de confraternização das empresas, as viagens
com amigos, e com estes eventos o consumo de álcool. Não conheço nenhuma
empresa que faz uma campanha de forma a não associar álcool, festas, e direção.
O consumo
exagerado de bebida têm sido a responsável por inúmeras tragédias tanto por
parte de quem dirige como também pelas vítimas de motoristas alcoolizados. Mas
o consumo continua alto como se para divertir-se fosse necessário entornar
garrafas e mais garrafas.
A
bebida sempre foi um prazer a ser degustado aos poucos, porém a forma que se
bebe hoje mais parece um campeonato visando “sair do ar”, e ficar literalmente bêbado.
O objetivo é perder a consciência, e é óbvio que a perdendo fica muito fácil
dirigir um carro ou transar sem camisinha!
Nossas
campanhas são fraquinhas no aspecto da prevenção e o que vemos nas propagandas
diárias é um incentivo absurdo para beber cada vez mais. Outro dia numa sessão
de cinema vi três comerciais de cerveja passados antes do filme. Tenho certeza
que muita gente saiu dali e foi tomar uma cervejinha e depois pegou o carro e
foi para casa.
As
bebidas são facilmente encontradas em ambientes cujos serviços são direcionados
a motoristas, como os postos de gasolina. Quer associação mais fatal?
Há
uma semana entrei numa posto de gasolina e logo dei de cara com um quiosque de
determinada marca de cerveja. Dele saia uma música atrativa que dava até
vontade de sair dançando pelo posto de gasolina. Eu conseguiria fazer isto com
facilidade, já que não preciso de nenhum aditivo para dançar, mas sei que a
maioria das pessoas, e principalmente os jovens só conseguem perder a vergonha
e resgatar a espontaneidade após tomar alguns goles! Na parte lateral do
quiosque havia uma plaquinha: Beba com moderação.
Afinal
de contas o que significa “beber com moderação” para aqueles que precisam se soltar
e que sem bebidas tornam-se tímidos e sem iniciativa para fazer qualquer
atividade divertida?
Se
você precisa beber para dançar, transar, beijar 10 pessoas na balada, eu te
garanto como profissional que isto não é natural. Natural e espontâneo é aquilo
que fazemos naturalmente, óbvio né?
Agora,
se durante a semana de trabalho ou estudos temos que ser os “perfeitinhos”, os
melhores e mais competitivos escolhemos formas de diversão que nos levem
literalmente ao chão. Beber é uma delas, e de todas as mais arriscada, já que
pegar uma máquina como um carro e dirigir alcoolizado raramente dá bons
resultados.
A lei
brasileira apesar de rígida quanto ao teor alcoólico não é cumprida. Raramente
vemos a fiscalização ao lado de uma balada agitada ou de um posto de gasolina.
Ao contrário já vi viaturas em lojas de conveniência paradas enquanto jovens
consumiam bebidas e drogas nas ruas próximas. A impressão que tenho é que
ninguém se importa.
Mães
cansam de falar ao filhos: Não beba se for dirigir. E a resposta que ouvem é:
Todo mundo bebe. O problema é que os filhos não estão mentindo. E duvido muito
que se uma mãe desse a chapa do carro do filho à polícia avisando que o mesmo
está dirigindo embriagado iria ser atendida.
Quem
quer fazer a coisa certa em nosso país normalmente não tem amparo algum.
As
leis precisam mudar diferentemente de países desenvolvidos em que o motorista
embriagado mesmo que não mate ninguém é preso, no Brasil basta pagar
determinada quantia e sair tranquilo. Nem sequer a carteira de motorista é
apreendida na maioria dos casos, ferindo desta forma o próprio código de trânsito
brasileiro. Se dirigir bêbado e por acaso matar alguém, também basta pagar uma
fiança, tudo muito simples.
Rafael
Baltresca após ter sua mãe e irmã mortas num atropelamento no dia 17/09/2011
criou o movimento Não foi Acidente (http://naofoiacidente.org/blog/sobre/)
ocasionado por um motorista bêbado que dirigia em alta velocidade e que se
recusou a fazer o teste do bafômetro apesar de testemunhas afirmarem seu
lamentável estado de embriaguez.
Apesar
do movimento Não foi Acidente ser de
utilidade pública ele ainda precisa de uma série de assinaturas, e é até estranho
imaginar que alguém ainda acredite que aquele que bebe e dirigi e por consequência
mata alguém o faz sem saber a consequência de seu ato. Claro que dirigir e
beber é uma forma de crime e não é acidente nem aqui e nem em lugar algum
minimamente decente. Portanto, assine a petição: http://naofoiacidente.org/site/assine/
Beba
pelo prazer e saiba que quem exagera no ato tem problemas sérios. E se dirigir,
faça o óbvio: Não beba, mesmo que “todo mundo o faça”.
Se
você só faz o que todo mundo faz você tem problemas de autoaceitação, e pertence
à média, e isto se chama mediocridade.
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