OS
CINQUENTA TONS DAS MULHERES
Suely Pavan Zanella
Por
onde anda a essência feminina em pleno século XXI?
Para saber a resposta basta analisar- sem preconceito- o sucesso
estrondoso do magnético livro “Cinquenta Tons de Cinza” de E. L. James, ou a
trilogia vampiresca “Crepúsculo” de Stephenie Meyer, ou
ainda o sucesso de bilheteria do filme “Uma Linda Mulher” e, é claro, a vida e morte de um ícone chamado Princesa
Diana.
O que todos estes eventos mostram é o que almeja a mulher lá no seu
íntimo: Um par romântico e poderoso, aquele capaz de arrebatar uma mulher, virando-a
de cabeça para baixo.
Uma mulher, mesmo que seja independente, carreirista e extremamente bem
sucedida busca no homem uma característica que a faça sentir mulher: desejada e
ao mesmo tempo amada!
Mulheres gostam de homens fortes, poderosos. Isto não é uma opinião
pessoal, mas baseada em pesquisas que faço desde 2001. Apesar das minhas
pesquisas serem acadêmicas e praticas não vou torcer o nariz e relegar estes
fenômenos editorias modernos, pois revelam a alma feminina e aquilo que uma
mulher quer de um homem, ao menos em suas fantasias. Este tipo de sucesso não se
dá apenas através de esforços mercadológicos. Ele vai mais fundo, vai ao âmago
de uma mulher.
Li os depoimentos de várias mulheres que leram “Cinquenta Tons de Cinza” e
fiquei impressionada com o comentário comum: não conseguia parar de ler...
O livro pode conter sexo ou vampiros, mas o cenário comum é o amor. O
parceiro forte e presente, a paixão avassaladora, o repouso de toda e qualquer
guerreira moderna. No fundo a mulher quer se deixar vampirizar ou dominar por
um homem forte, poderoso, ou popularmente “que tenha pegada”. E nada destes adjetivos
tem a ver com um homem cafajeste, não se engane! Mas sim com a iniciativa
masculina em buscar conquistar para sempre “aquela” mulher e não qualquer
mulher.
Um homem poderoso faz a mulher sentir-se segura, mesmo quando ela é a presidente
de uma empresa ou a princesa de um país. Lá em sua casa ela quer um homem que a
faça sentir-se uma mulher amada, a Cinderela que finalmente encontrou o seu príncipe
encantado.
O poder masculino que encanta as mulheres pode vir de diferentes
maneiras: através da beleza, do dinheiro, da inteligência, ou do status que o homem tem.
Por trás de uma mulher, existem muitas e diferentes. Um homem quando
conhece a alma feminina sabe descobrir estas nuances, quando não sabe acha que
tem que buscar esta diversidade em outras mulheres. Atrás de todo o Don Juan há
um homem que não conhece os cinquenta ou mais tons da alma feminina.
Mulher é um bicho que se conhece de dentro para fora, em todos os
sentidos, inclusive no físico. Quem “compra” uma mulher mirando-se apenas na
sua imagem não a conhece. Mulher exige profundidade masculina, é preciso
conhecê-la, admirá-la, deseja-la e amá-la profundamente.
Enquanto os homens não aprenderem o que significa ser uma mulher, provavelmente
elas devorarão livros, filmes e histórias em que se identifiquem animicamente com
as protagonistas.
O que uma mulher quer? Fingia perguntar Freud, profundo conhecedor deste
querer. A resposta está contida no livro “O Retorno da Deusa” do junguiano Edward
C. Whitmont. Este livro por si só, dá a resposta sobre a magnitude destes fenômenos
de venda.
Falar ou escrever sobre mulheres sem conhecer este livro é o mesmo que tocar
piano usando apenas uma tecla.
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