segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A ESSÊNCIA FEMININA



A ESSÊNCIA FEMININA 

Suely Pavan Zanella
Seja fazendo um jardim, cozinhando o que lhe dá prazer, escrevendo uma poesia, dançando espontaneamente à luz do luar, ou meditando sobre quem ela é, uma mulher precisa voltar à sua essência feminina. É ela que lhe faz conectar novamente com sua alma, sua poção mágica, e aquela que cura todas as feridas. Os bichos sempre sabem como se curar. Já reparam que quando doentes eles ficam quietos num canto da casa, ou comem a grama do jardim? Pois, mulher também é assim, um misto de bicho e ser humano.
Na vida corrida que as mulheres têm hoje, em que num único dia são capazes de cuidar de filhos, marido, namorados, pais, carreira e com uma expectativa enorme a carregar sobre cada um destes papéis a essência não pode ser perder. O resgate ao longo do dia precisa ser feito. “Um minuto para mim”, não é apenas uma frase, é uma necessidade feminina. Senão ela se perde. Se perde nos outros. Perde-se nas expectativas que o mundo tem em relação à competência delas.   Ela sempre tem que ter um ar de perfeição: A pele linda, o cabelo brilhante, a chefia exemplar, a mãe dedicada, a amante fiel... E quem pensa nela?
Até nas cadeias elas recebem poucas visitas. Mas são visitantes constantes de amores e filhos presos. A perfeição demonstrada através do cuidado com o outro, as persegue!
Mas quem cuida delas? Quem se lembra de suas necessidades?
Elas têm essência, mesmo quando parecem brutamontes envoltos em metas organizacionais.
Quando se perdem de sua essência ou adoecem ou se embrutecem. O corpo vai ficando marcado de dores, de fomes de sua própria alma. Algumas feridas não cessam e as levam à morte.
Outras endurecem as feridas e tornam-se duras e amargas. Dão respostas atravessadas a tudo e a todos. Tem respostas para todos. Perderam a humanidade.  Vejo centenas de mulheres assim, raivosas, todos os dias no Facebook e no Twitter. Elas são duras, agem como espadas e ferem. Dizem-se autosuficientes, mas são apenas carentes. Algumas beiram à grosseria. Tenho pena delas. De onde vem tanto amargor?
Poderiam, tal como os bichos, apenas ficarem quietas e descobrirem o que faz bem à suas almas. Primeiro teriam que descobrir aonde ela anda, como na música: Alma, onde está sua alma?
Descobrir a essência dá trabalho é preciso ver onde a louca fala ir almoçar com ela. Dá voz, para não ser calada pela própria louca.
As mulheres loucas, frias, grossas e exageradamente autosuficientes, reprimiram a louca dentro delas, e por este motivo a louca as dominou.
A louca te diz para pintar um quadro nua e com o própria corpo?
A louca fala para você dançar como louca, sem seguir nenhuma coreografia?
A louca diz para você enfiar a mão na terra e se sujar toda com ela?
O que a tua louca te diz?
A minha mandou escrever este texto com as vísceras, sem me importar com eventuais erros. O motivo eu não sei, apenas instintivamente e seguindo a minha essência feminina eu o escrevi.  

Mulheres já foram queimadas por seguirem a sua essência, hoje se autoflagelam por não segui-la.   




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