segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SE JOGA NA DANÇA, MENINA!


Se Joga na Dança, Menina!
Suely Pavan
“A dança é o pensamento do corpo”
Helena Katz



Quando eu era pequena tinha um sonho: Queria ser bailarina!
Lembro até hoje do dia em que minha mãe me levou ao Teatro Municipal de São Paulo para obter informações sobre o curso de ballet. Eu era muito pequena e lembro-me da sensação de felicidade. O sonho durou pouco, pois minhas tias dissuadiram a minha mãe da idéia dizendo que “bailarinas ficam com as pernas finas!”
Não me tornei bailarina, e minhas pernas são grossas, mas sempre dancei. Adoro dançar. Sou daquelas que se entrega a uma música. Já fiz vários cursos: jazz, danças rítmicas, dança de salão, dança do ventre e flamenco. Porém, meu interesse por estes tipos de dança durou muito pouco. Meu corpo pede, em função da música, um outro tipo de dança, muito diferente daquela ensinada pelo professor. A coreografia é uma espécie de gesso para mim. Fico mais ligada nela, e esqueço o mais importante: o corpo e a música. Se você dança com a alma, a coreografia acaba sendo um entrave. E dizem os cientistas que a dança faz bem para o corpo e para a alma. É minha alma, através de meu corpo(o instrumento), que dança. Tinha uma amiga que dizia que eu dançava até o Hino Nacional. 
Odeio quando vou a algum lugar e alguém me diz: A coreografia não é esta. Mas adoro quando dizem: Você tem estilo, como dança deste jeito?
Hoje vivemos uma espécie de ditadura também na dança. Pode reparar que sempre há um “general” no palco mostrando como “devem ser os passos” e pouca gente se atreve a “se jogar na dança”. Dançar é o mesmo que confiar em si mesmo, ou a gente se joga, ou segue-se alguém, ou se trava.
Há seis anos eu e um ex-aluno de psicodrama, o Augusto Vix, criamos o Espaço Expressão – Sua Verdade em Ação. Lá além da metodologia psicodramática, exercícios de expressão corporal, utilizávamos a dança, não a dança coreografada, mas a dança espontânea.
Antes disso,no final de 1999 comecei a pesquisar também pessoas comuns que dançavam espontaneamente. Minha idéia era fazer um vídeo e talvez um congresso de Dança do Movimento Espontâneo através da minha empresa que também nascia nessa época a Pavan Desenvolvimento . Pretendia naquela época transformar minha nascente empresa em algo como uma prestação de serviços em recursos humanos, mas com arte. O RH da Arte. Infelizmente, em um ano de pesquisa encontrei somente duas mulheres no Brasil que dançavam espontaneamente, uma senhora em Recife e uma moça num bar de São Paulo. E até hoje fico pasma ao ver como as pessoas dançam a cada dia mais duras ou necessitam de uma coreografia. Tanto que o educador corporal Ivaldo Bertazzo disse uma vez que as pessoas só dançaram livremente até a década de 70. Triste, não é mesmo?        
Se tiver curiosidade dê uma olhada em vídeos e veja como as pessoas eram soltas nesta época. O que aconteceu que endureceram tanto?

A dança espontânea, ou psicodança, tem origem na teoria psicodramática, e têm fins terapêuticos. Ou seja, cura. Dançar é curador, pois liberta. E de uma forma leve, delicada e gostasa vai liberando as pessoas de suas amarras. Dançar espontaneamente é poderoso. Já imaginou sair do trabalho, depois de repetir movimentos o dia inteiro e se jogar na dança espontânea? Ou estar acima do peso, e detestar academia, e se jogar na dança espontânea? Ou ainda estar estressado, como está 90% da população no mundo, e se jogar na dança espontânea? Ou ainda se você tem filhos pequenos que precisam aprender a ser mais expressivos, pois estão tímidos e travados. Que tal mandá-los dançar espontaneamente, ao invés de enviá-los para um curso que todos fazem? E se seus filhos adolescentes andam metidos com bebidas e drogas, demonstrando uma clara timidez. Que tal participarem de aulas de dança espontânea?

A DANÇA DO MOVIMENTO ESPONTÂNEO (como eu prefiro chamar) segue a metodologia psicodramática, ou seja segue exatamente o que é feito numa sessão de psicodrama: aquecimento, dramatização e compartilhar. Só que tudo é feito de forma não verbal, na maior parte do tempo. É a expressividade que está em pauta. E a qualidade desta expressividade. Espontâneo é ser adequado às demandas do aqui e agora, e significa “livre arbítrio”.
Na Dança do Movimento Espontâneo também utilizo conhecimentos dos cursos que fiz na vida: Eutonia, bioenergética, tai chi, expressão corporal e ioga. Além da minha paixão desde criança pela dança, e pelo meu estilo próprio de dançar.
Também sou psicóloga há mais de 30 anos.
Portanto, menino ou menina, de 8 a 80 anos, se joga na dança e seja feliz. O mundo anda muito duro e carrancudo é preciso reaprender a dançar solto e livre.     

Se quiser mais informações sobre a Dança do Movimento Espontâneo, escreva pra mim suely@pavandesenvolvimento.com.br

Enquanto você não me escreve repare na dança prá lá de espontânea da Juliette Lewis, e observe que um esqueleto precisa ser solto para poder dançar: http://vimeo.com/6547515

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