quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

18/02/2010 - 15h21

Justiça do Rio concede liberdade a jovem envolvido em morte de menino João Hélio

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da Folha Online
Atualizado às 16h13.
A Justiça do Rio concedeu liberdade ao jovem envolvido na morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, 6, que morreu após ser arrastado por 7 km nas ruas da zona norte do Rio, em 2007, preso ao cinto de segurança do veículo levado por assaltantes. Na ocasião do crime, o rapaz tinha 16 anos e foi internado em um instituto para jovens infratores, na Ilha do Governador (RJ). Os outros quatro acusados de envolvimento na morte foram condenados em 2008.
De acordo com a decisão do último dia 8, do juiz Marcius da Costa Ferreira, da 2ª Vara da Infância e Juventude do Rio, o jovem progrediu para o regime semiaberto --no qual o preso trabalha de dia e passa a noite no instituto.
Reprodução
João Hélio morreu após ser arrastado pelas ruas do Rio, preso ao cinto de segurança
João Hélio morreu após ser arrastado pelas ruas do Rio, preso ao cinto de segurança
Para o magistrado, ainda será necessário "mais tempo para que [o acusado] se convença das vantagens da mudança de vida, do voluntário afastamento de seu pernicioso habitat e grupo a que está integrado", daí a opção pelo regime semiaberto.
"É preciso que seja estimulado a participar de outras atividades e grupos socialmente saudáveis, como indicado nos últimos relatórios", disse o juiz. Ainda segundo a decisão, o jovem e a família dele deverão receber acompanhamento psicológico e caberá ao Criaad (Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente) acompanhar todo o processo.
Segundo a assessoria do TJ-RJ (Tribunal de Justiça), como o jovem foi incluído no Programa de Proteção à Testemunha, do governo federal, não é possível revelar onde ele cumprirá o regime semiaberto, nem outros detalhes sobre o caso.
Entenda o caso
João Hélio estava com a mãe e a irmã quando o carro foi parado por criminosos, em Oswaldo Cruz (zona norte). Ele não conseguiu sair, ficou preso pelo cinto de segurança e foi arrastado por aproximadamente 7 km.
Em janeiro de 2008, quatro envolvidos no crime foram condenado pela 1ª Vara Criminal de Madureira a penas que vão de 39 a 45 anos de prisão em regime fechado.
Na ocasião das condenações, a juíza Marcela Assad Caram explicou que, mesmo com penas entre 39 e 45 anos, constitucionalmente os réus podem cumprir penas de até 30 anos.
Em março de 2007, o adolescente envolvido na morte do menino recebeu a medida mais grave permitida pela legislação: a internação em um instituto para jovens infratores.

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