ELAS
ACEITAM TUDO!
Suely
Pavan Zanella
Por
desespero, medo da solidão, baixa autoestima e ignorância há mulheres que
aceitam toda e qualquer sorte de humilhação advinda de “seus homens”. É como se
eles pudessem tudo e elas nada.
Ontem
no programa Domingo Espetacular vi uma cena no mínimo bizarra: Uma mulher com cerca
de 22 anos grávida do terceiro filho vai à cadeia visitar o companheiro preso levando
o seu filho de 4 anos. Ao chegar lá durante a revista é detectada uma porção de
maconha que ela levava ao seu companheiro. Ela vai presa apesar de seus
argumentos: Ele disse que se eu não levasse a maconha ele me espancaria!
Conclusão
ela acaba presa e o menino entregue à família.
A
realidade de um presídio feminino, mostrada na reportagem, é bem diferente:
Mulheres raramente recebem a visita de seus companheiros!
Tanto
na vida das prisões como no mundo fora dela muitas e muitas mulheres têm este
tipo de vida. Dedicam-se em demasia aos seus companheiros enquanto eles nada ou
pouco dão em troca.
Equidade
ou justiça é a palavra básica para todo e qualquer tipo de relacionamento. Mas,
é mais do que sabido que as mulheres se esforçam praticamente sozinhas para “salvar”
relacionamentos que se assemelham a barcos furados. Basta você folhear uma
revista feminina qualquer e verá milhões de dicas de como manter a relação ou
apimentá-la. Parece que no campo dos relacionamentos é de responsabilidade
única e exclusiva da mulher este tipo de tarefa. E olha que eu não estou
escrevendo este texto no século XV!
Relacionamento,
qualquer um, é feito de no mínimo duas partes e ambas tem que se esforçar para
funcionar. E fazer funcionar não significa se submeter a qualquer coisa.
Mas
há mulheres que sofrem e sofrem e não aprendem!
E
nesta falta de aprendizado vão colecionando companheiros uns piores que os
outros. Não existe no vocabulário delas a frase: Nunca mais!
São
incapazes também de viverem sozinhas por pelo menos um tempo. Aquele tempo
necessário para ou se tratarem ou para aprenderem a conviver consigo mesmas e
refletirem à respeito do que de fato querem e não querem nunca mais para um
relacionamento. Há homens bons e gentis no mundo, elas se esquecem disto e
aceitam qualquer coisa.
Aceitam
bandidos de qualquer espécie para relacionamentos. Agressores então, nem se fala!
A
desculpa mais esfarrapada para permanecer neste tipo de relação é o amor. Amor
por quem?
O
cara humilha a mulher no restaurante, se ela for da classe média ou alta, e
mesmo assim ela fica com ele e faz tudo para agradá-lo. O cara a trai na cara
dura, e mesmo assim ela fica com ele, mesmo quando está triste e não aceita este
tipo de situação. O cara bebe ou se droga e ela é conivente. Há mulheres que
definitivamente acreditam que são fadas e podem mudar os homens. Não mudarão
nunca. Só muda quem quer ou não é complementado através de uma série de
explicações infundadas: Ele é assim porque é traumatizado; Ele é assim porque
trabalha demais; Ele é assim porque sente ciúmes... E por aí vai o festival de
desculpas esfarrapadas e de homem idealizado e que jamais chegará a ser real.
Aliás,
eles poderiam até mudar se elas cedessem menos!
Não é
à toa que nossos índices de violência contra a mulher são altíssimos. De certa
forma para não serem mulheres más (segundo a ótica distorcida delas) ou algozes
elas se transformam em vítimas, muitas delas reais de seus companheiros.
Muitas
vezes fica difícil entender por qual razão mulheres inteligentes, bonitas e
capazes (muitas sustentam seus companheiros) se sujeitam a este tipo de homem. Se
você frequentar grupos tal como o MADA (Mulheres que amam demais) verá pencas
de mulheres assim. Além destas que vão visitar companheiros bandidos ou se
metem no tráfico graças a eles.
Relacionamentos
podem ser comparados a investimentos, não adianta investir e perder seu tempo
com um homem que não lhe trate bem. O resultado sempre será o prejuízo. Relações
são trocas e devem ser equilibradas.
Quando
as mulheres aprenderem a fazer isto estarão fazendo um bem danado para o mundo.
Não
aceite violência de nenhuma espécie.
Se um
homem, por exemplo, te ofender ou te humilhar uma única vez, saiba que ele fará
isto mais e mais vezes. Não complemente, na vida tudo é complementaridade. Quem
tem, por exemplo, um emprego ruim e vive a reclamar dele, só está nele porque o
aceita, quando poderia ir buscar um novo emprego.
Temos
o infeliz hábito de reclamar ao invés de perceber o nosso papel complementar e
de aceitação nas relações empobrecedoras.